Vedoin e fotos põem senador tucano na mira da CPI

O senador Antero Paes de Barros, um tucano ilustre, candidato do PSDB ao governo de Mato Grosso, está se transformando no novo foco de investigação da CPI dos Sanguessugas. O tucano voltou a ser acusado ontem de fazer parte da máfia. Nesta quinta-feira

Vedoin entregou o material ao juiz substituto da 3ª Vara Federal de Cuiabá, César Bearsi. A mesma documentação será entregue à CPI dos Sanguessugas, que investiga o escândalo no Congresso e já apontou como envolvidos 69 deputados e três senadores. Numa das fotos, aparece uma das ambulâncias superfaturadas, ostentando os retratos de Antero e Lino Rossi,  ele candidato ao senado e Lino a deputado Federal, na campanha de 2002. Rossi encabeça a ''lista dos sanguessugas'' — parlamentares acusados de cumplicidade com a Planam na Máfia das Ambulâncias.


 


Fita na entrega da ambulância da propina


 


Em uma nova declaração por escrito, Luiz Antônio Vedoin reiterou para a Justiça as declarações que fez à revista Veja do fim de semana passado. Afirmou que seu pai, Darci Vedoin, foi ao gabinete de Paes de Barros e acertou com este os detalhes da execução das emendas para as cidades de Denise, Mirassol D’Oeste, Nossa Senhora do Livramento e São José dos Quatro Marcos. As prefeituras comprariam ambulâncias da Planam, com preços superfaturados e documentação irregular. Como retribuição, o senador receberia 10% de propina sobre o total de R$ 320 mil referentes a quatro emendas para a compra dos veículos.


 


''Ele pediu para passarmos o dinheiro diretamente para o Lino Rossi'', disse o empresário à Veja. Lino Rossi, na época deputado federal do PSDB-MT (mais tarde transferiu-se para o PP), foi acusado pela CPI dos Sanguesugas de receber R$ 3 milhões em propina. O senador tucano, segundo Vedoin, teria tido uma comissão mais modesta: R$ 40 mil.


 


Uma fita de vídeo produzida pela própria Planam, também entregue ao juiz, mostra  Nelson Miúra, ex-prefeito de Pontes e Lacerda, agradecendo o “empenho” de Antero Paes de Barros pela liberação de uma ambulância e recursos para o município. A propina teria se originado dessa venda.


 



Até agora, Paes de Barros não está sendo processado pela Procuradoria Geral da República no caso dos sanguessugas. Também não foi denunciado pela CPI que investiga a Máfia das Ambulâncias. O sub-relator da CPI deputado Raul Jungmann (PPS-PE) disse que vai requisitar a documentação e pedir explicações a Luiz Antônio sobre qual foi o motivo de apresentar as provas contra o senador tucano só agora.


 


Antero culpa o ''sanguessuga-rei''


 


Antero permanece em campanha como candidato do PSDB ao governo do Mato Grosso, onde figura com 13% das intenções de voto segundo a última pesquisa do Ibope. Ele acusa Vedoin de ser um cabo eleitoral de seu adversário, o governador-candidato Blairo Maggi (PPS), também pró-Alckmin e com 60% na pesquisa. Para o senador, Maggi teria forjado a denúncia com intenções eleitorais.


 


Jornalista de profissão e pivô da denúncia do Caso Valdomiro Diniz, em 2004, Antero não se dá por vencido. Nesta quinta-feira, a Justiça Eleitoral de Mato Grosso proibiu uma propaganda sua em que acusa o concorrente Maggi de ''sanguessuga-rei''.


 


Com agências