PC da Armênia: “País não teve, não tem e não terá eleições justas”

O Partido Comunista da Armênia participará das eleições parlamentares de 2007 sem agregar-se a outras forças, disse hoje (24/8) o primeiro-secretário do Comitê Central do partido, Ruben Tovmasyan, durante uma coletiva de imprensa na cidade de Ierevan, cap

De acordo com o dirigente, o partido reconsiderou completamente a posição adotada durante as eleições parlamentares de 2003, quando os comunistas não reuniram apoio suficiente para ocupar alguma cadeira no parlamento, dentro das regras eleitorais do país. O partido julga que nas próximas eleições a realidade será diferente.


 


Tovmasyan declarou que o PCA “não irá dividir seu poder e sua força com outros partidos políticos mesmo em relação a cooperação e luta conjunta por eleições justas e limpas”. Disse também que “o PCA tem repetido seu slogan eleitoral por mais de 80 anos. Entretanto, não houve, não há nem haverá eleição justa, por mais que se trabalhe por isso”, concluiu.


 


O dirigente também sublinhou que a cooperação é possível sob quatro condições, que não podem ser cumpridas por nenhum outro partido a não ser pelo partido dos comunistas: luta pela justiça social, melhoria da qualidade de vida para a população mais necessitada, trabalhar para a associação da Armênia à união entre Rússia e Belarus e a luta contra o crime e a corrupção.


 


De acordo com Tovmasyan, todos os armênios são possíveis eleitores do PCA. Em relação à possibilidade de uma revolução social no país, o dirigente apontou que o seu partido chegou ao poder por meio de uma revolução, mas sublinhou que a “revolução não é brinquedo de crianças”.


 


as eleições para a Assembléia Nacional do país ocorrerão em 2007 sob uma situação que membros da oposição consideram “marcial”. O bloco de oposição, do qual não faz parte o PCA, anunciou em uma coletiva de imprensa na última segunda-feira que o controle da situação eleitoral só seria possível se os oposicionistas se unissem em uma frente, para evitar injustiças e fraude eleitoral.


 


De acordo com Grant Khatchatrian, chefe do bloco de oposição, o poder no país “tem duas faces”. “A primeira é a face da opressão, aquela que é mais comentada pela população por causa dos seus laços com o crime. A outra face, a que se pretende amistosa, diz pretender melhorar as condições de vida do povo, mas jamais trabalhou por isso”.


 


A coalizão que governa a Armênia, hoje, é composta por dois partidos, pela Federação Revolucionária Dachnaktsutiun Armênia e pelo Partido Republicano da Armênia, ambos de caráter conservador e submissos aos interesses dos Estados Unidos e Europa Ocidental. Os republicanos detém o poder de indicar o primeiro-ministro.