Força de paz da ONU chegará ao Líbano só na próxima semana

O ministro das Relações Exteriores da Finlândia, Erkki Tuomioja, que ocupa a presidência rotativa da União Européia (UE), afirmou nesta quinta-feira (24/8) esperar que novas tropas da força de manutenção de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Lí

Após dez dias do início do cessar-fogo, que interrompeu a agressão de Israel contra o Líbano, ainda não há uma definição sobre o início dos trabalhos da força internacional ampliada. Tuomioja afirmou que esperava ver “os primeiros reforços dentro de uma semana, e, se possível, mais tropas nas semanas subsequentes”.


 


Segundo fontes do governo em Paris, a França pode decidir nesta quinta-feira o envio de centenas de militares adicionais à futura Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil). Até o momento, a França tem 400 militares na força de paz.


 


O primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, afirmou hoje que os libaneses “esperam muito mais que estes 400 soldados franceses” para o reforço da Unifil no sul do país. “Os libaneses queriam uma presença forte da França [na Unifil] o que teria estimulado outros países contribuintes a fazer o mesmo, o que teria estimulado os libaneses”, disse o primeiro-ministro à rádio RMC Info.


 


A composição da Unifil será debatida nesta sexta-feira pelos ministros de Relações Exteriores da União Européia. Siniora se mostrou confiante em que a França aumentará sua presença na Unifil após o envio de um contingente de urgência de 200 militares, que se uniram aos 200 franceses já presentes na força.


 


Cessar-fogo


 


O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, viajará a vários países do Oriente Médio, entre eles o Irã e a Síria, para consolidar o fim das hostilidades e garantir o cumprimento da Resolução 1701 do Conselho de Segurança (CS).


 


A Resolução 1701, aprovada pelo CS em 11 de agosto, embora bastante contraditória, determinou que Israel deixasse de atacar indiscriminadamente o Líbano e que a Resistência Islâmica do Hezbolá parasse o contra-ataque a Israel. A Resolução autorizou o reforço da Unifil, passando dos atuais 2.000 militares para até 15 mil soldados, mas não estipula o prazo de permanência dessas forças no Líbano.


 


A agrssão, iniciada em 12 de julho por Israel, só foi interrompida com o cessar-fogo do dia 14 de agosto. A ação militar israelense deixou ao menos 1.183 mortos e mais 4.055 feridos no Líbano, segundo a ONU, e cerca de 170 mortos em Israel, segundo fontes oficiais israelenses.


 


O pretexto da agressão desmedida de Israel foi a prisão de dois soldados israelenses pelo Hezbolá — uma ação realizada ilegalmente por Israel dentro de território libanês que deixou ainda oito soldados israelenses e dois membros do Hezbolá mortos. Durante 34 dias, Israel atacou o território libanês por terra, ar e mar.


 


O Hezbolá também contra-atacou lançando cerca de 4.000 foguetes contra o norte de Israel. A milícia islâmica também destruiu centenas de carros de combate israelenses e, mais uma vez, o invasor foi derrotado.