Alckmin vê Datafolha como prévia da “grande virada”

Por Bernardo Joffily
O presidenciável do bloco conservador PSDB-PFL, Geraldo Alckmin, foi o único brasileiro a interpretar como faroráveis à sua candidatura os números da pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira (22). Disse que há tempo para uma

Alckmin comemorou o fato de subir de 24% para 25% das intenções de voto, mas o seu rival passou de 47% para 49% (veja o gráfico ao lado). “Nós já iniciamos um processo de crescimento. Cresci um pouquinho porque só tiveram três programas no horário gratuito da TV (iniciado no dia 15)”, disse o tucano ao deixar uma conferência com representantes de hospitais filantrópicos e Santas Casas, em Brasília. “A partir de agora, é para cima e para o alto”, asseverou.



Tucano diz estar de “excelente humor”



O candidato conservador garantiu que está otimista e de “excelente humor”. E atribuiu as avaliações negativas sobre o futuro de sua campanha ao fato de que “jornalistas e políticos” seriam duas categorias “ansiosas e estressadas”.



Ao contrário do ex-governador paulista, muitos candidatos do bloco conservador nos estados fizeram as contas e reforçaram a tendência a abandonar a candidatura Alckmin, quando não aderem à de Lula. O caso mais em evidência é o de Lúcio Alcântara, governador tucano que tenta a releição no Ceará e praticamente pediu voto para Lula no horário eleitoral. Mas muitos outros tucanos e pefelistas, para não falar dos do PPS, começam a esquecer de mencionar Alckmin em suas aparições na TV.



Cresce a pressão pró-agressividade



O segundo efeito da pesquisa Datafolha deve ser o de recrudescer a agressividade na campanha Alckmin. Desde o início, o estilo “zen”, de insistir na biografia do candidato sem atacar abertamente Lula, foi visto como uma fase.



Nesta quarta-feira, ao comentar os resultados do Datafolha, Alckmin deu indicações de que esta fase ainda não acabou. Disse porém que mudará de estilo quando for conhecido dos eleitores. “Isso é o que vai dar credibilidade para fazer o contraditório. E, no segundo turno, Lula não tem como fugir do contraditório”, afirmou, inabalável em sua convicção de que o segundo turno virá.



No comando da campanha Lula, há uma jamais admitida torcida para que a fase agressiva venha mesmo e logo. O raciocínio é que um ataque ao governo do “presidente do povo” será percebido pelo eleitor como revanchismo e preconceito das elites, e vai “blindar” o eleitorado pró-Lula, principalmente nas faixas mais pobres e no Nordeste.



Conselhos do incansável Cesar Maia



O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), o mais incansável pregador de uma campanha Alckmin agressiva, voltou a atacar em seu “ex-blog”. Para Cesar, a pesquisa Datafolha “aumenta ainda mais a necessidade da campanha de Alckmin desconstruir Lula, dizer ao eleitor -claramente- porque não deve votar em Lula e o desastre que seria um hipotético segundo governo Lula”.



“Aquele quadrinho no inicio do programa -tipo final de Páginas da Vida- é tímido e não contrasta nem faz a crítica contundente e direta. É inacreditável que o governo que viveu em suas entranhas o mais amplo quadro de corrupção na história do Brasil, tenha chegado ao quarto dia de programa de TV, incólume. Aguardar para bater mais na frente, pode levar a que críticas contundentes sejam vistas como apelação de candidato perdedor”, aconselha o “ex-blog”.



O prefeito carioca admite que a grande novidade na nova pesquisa é o salto de 7 pontos na avaliação do governo Lula. Baseado nela, dá a entender que a derrota pode vir já no primeiro turno. E adverte: “Mais que nunca cabe bater para derrubar esta avaliação, enquanto é tempo”.



Com agências