Folclore nacional é esquecido no dia dedicado ao tema

A riqueza do folclore brasileiro e a lei que institui o dia 22 de agosto como Dia do Folclore Nacional não são suficientes para produzir comemorações e discussões sobre o tema. A data, criada em 1965  por um decreto federal, passou em “brancas nuv

Diz ainda o texto que “assim como Monteiro Lobato fizera no passado (…) o Pererê de Ziraldo encarnou a resistência à invasão predatória da indústria cultural e dos estrangeirismos.  “(…) Nascido da mitologia indígena, passando por uma mutação africana e outra européia, quando ganhou o gorro vermelho, o Saci reflete a nossa miscigenação e é uma síntese da cultura brasileira”.


 


Junto com outras figuras folclóricas como Boitatá, Curupira (ou Caipora), Lobisomem, Mãe D'água, Mula sem Cabeça, Negrinho do Pastoreio, a lenda do Saci é antiga – data do fim do século XVIII. Durante a escravidão, as amas-secas e os caboclos-velhos assustavam as crianças com os relatos das travessuras do Saci-Pererê. Seu nome no Brasil é de origem Tupi Guarani. Em muitas regiões, o Saci é considerado um ser brincalhão, enquanto que em outros lugares ele é visto como um ser maligno.



 
É uma criança, um negrinho de uma perna só, que fuma um cachimbo e usa na cabeça uma carapuça vermelha que lhe dá poderes mágicos, como o de desaparecer e aparecer onde quiser. Ele adora fazer pequenas travessuras, como esconder brinquedos, soltar animais dos currais, derramar sal nas cozinhas, fazer tranças nas crinas dos cavalos etc.


 


Imaginação do povo


 


Os estudiosos explicam que o folclore, que representa conjunto de todas as tradições, lendas, mitos e crenças de um País, nasceu da imaginação das pessoas, principalmente de moradores das regiões do interior do Brasil, que misturaram fatos reais históricos para dar veracidade.


 


Em diversos casos, estas histórias foram criadas para passar mensagens importantes, dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais, ou ainda para assustar as crianças. As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Muitas histórias folclóricas deram origem a festas populares brasileiras.


 


“Constituem fato folclórico as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela tradição popular, ou pela imitação. O folclore pode ser percebido na alimentação, linguagem, artesanato, religiosidade e vestimentas de uma nação”, explica ainda a Carta do Folclore Brasileiro.


 


De Brasília
Márcia Xavier