Volta Redonda: Metalúrgicos apelam à direção nacional da CUT

Diversas lideranças e autoridades assinam o documento abaixo, em apoio à chapa do cipista Renato Soares, eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda. Apesar da legitimidade das eleições e da contundente vitória da chapa da Corrente


São Paulo, 21 de agosto de 2006.


 


A Direção Nacional da CUT
At.sr. Presidente
Artur Henrique


 


C/C a Direção da CNM/CUT
Senhor Presidente
Carlos Alberto Grana


 


Numa época em que os princípios éticos foram relegados ao lixo da História, tendo como a máxima da atuação política a lei do ''levar vantagem em tudo'', julgamos oportuno apresentar os nossos protestos em apoio a Direção eleita dos Metalúrgicos de Volta Redonda e Região no Estado do Rio de Janeiro, pelo ataque que vem sendo perpetrado pelos derrotados nas urnas nos dias 6 e 7 de julho passado, com a posse a ser realizada  em 8 de setembro vindouro


 


Afirmando a luta pela liberdade e autonomia sindical, na defesa intransigente da independência e solidariedade de classe, do internacionalismo e pela construção de uma sociedade socialista.


 


''Pensar o Presente
Construir o Futuro
Numa esccala revolucionaria de transformação
É o que queremos para o proletariado”


 


Pensar o presente é refletir o fururo:


 


O sindicato que foi e que ainda está sendo após a pelegada tê assumido a 14 anos atrás.
 
Pensar o presente é valorizar o percurso de uma instituição que sempre caminhou na defesa dos trabalhadores e da soberania nacional e que irá caminhar a passos largos  na defesa dos metalúrgicos de Volta Redonda e Região e tendo como norte a luta classista e os pricípios da CUT.


 


Uma Direção que foi eleita, sem vicios e conchavos com os patrões, que continua a dizer bem alto que o Projecto Sindical no qual se insere é a CUT, e na unidade dos Metalúrgicos Cutistas, na construção da  Contratação Nacional Coletiva, em uma época   marcadamente individualista com um grande defict de participação que chega mesmo a empobrecer a própria democracia, repudiamos a tentativa de golpe e divisão dos metalúrgicos de Volta Redonda e Região no Estado do Rio de Janeiro.


 


Entendemos e temos a crença que:  A Direção Classista eleita, que tem na Liderança de Renato Soares, alavancará a luta na defesa dos metalúrgicos que o elegeu, conjuntamente com a sua direção, em um processo sublime e valoroso que foi o voto democrático, que os mesmos honraram os seus representados, valorando os mesmos, como sujeitos de direitos e deveres, na construção de uma sociedade igualitaria, sem discriminações e qualquer preconceito.


 


É nesse sentido que registramos os nosso veemente protestos, acreditando em uma saida de honra para a pacificação dos metalúrgicos da CUT.


 


Leiam abaixo a matéria da entrevista realizada pelo Jornal Diario do Vale publicado após o resultado da apuração das eleiçãoes.


 


Por André Aquino
Volta Redonda


 




Com uma apuração tranqüila, o candidato pela Chapa 3, Renato Soares, venceu as eleições do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense. Ele obteve 2.037 votos, contra 1.559 de Luiz de Oliveira Rodrigues, o Luizinho (Chapa 2); e 1.547 de Jadir Batista (Chapa 1). Foram 217 votos nulos e 99 em branco. Apenas a urna sete, que fica na Coqueria, na Usina Presidente Vargas, na CSN, foi impugnada pela presidência do pleito. O motivo foi que a urna teria sido chutada durante a eleição.


 


Houve ainda 460 votos em separados, mas não foi preciso contá-los, já que não faria diferença no resultado final da eleição. ''Esperei este resultado há 14 anos. E agora depois de muitas batalhas consegui chegar lá'', disse Renato Soares, logo após receber o resultado final da eleição. Ele foi aplaudido por membros das chapas 1 e 2, e carregado pelos colegas. Segundo Renato, dos 40 diretores eleitos, 39 nunca foi dirigente do sindicato. A previsão é de que eles tomem posse do cargo no início de setembro, quando termina o mandato do atual presidente do Sindicato, Carlos Perrut.


Perrut disse que o resultado final mostrou que a eleição foi feita de forma transparente e que não houve qualquer tipo de fraude. ''As pessoas optaram pelo novo. E Renato é considerado como o novo'', disse Perrut, que também foi o responsável pela eleição. Luizinho, da Chapa 2, afirmou que a eleição foi feita de foram democrática e que vai respeitar a decisão dos trabalhadores.


 


– Sei perder. Não sei perder, roubado. A eleição foi muita bem feita, graças à participação da Justiça do Trabalho e do Ministério Público – disse Luizinho, que afirmou ainda que vai continuar trabalhando para os trabalhadores. ''Sempre trabalhei para os trabalhadores. Tenho experiência na área e um passado é limpo'', disse Luizinho, que abraçou Renato depois da confirmação do resultado.


 


O candidato pela Chapa 1, Jadir Batista, disse que vai fiscalizar a nova diretoria. ''Vou ser da oposição, fiscalizando o trabalho do Renato. Oposição é boa para a democracia. Às vezes, a oposição tem boas idéias que podem ser aproveitadas pela situação'', disse Jadir.


 


O procurador do Ministério Público do Trabalho, Carlos Eduardo Brisola, afirmou que não recebeu nenhuma reclamação formal sobre o processo de apuração dos votos.


 


– A apuração foi tranqüila, embora tenham sido constatadas irregularidades durante o pleito. Mas a juíza (Linda Brandão, da 1º Vara do Trabalho de Volta Redonda) considerou que as irregularidades não atrapalharam o andamento do processo eleitoral – disse Brisola, que acompanhou a apuração dos votos ontem no Recreio dos Trabalhadores, na Vila Santa Cecília.
 


Por isso, estamos radicalmente:


 


Em defesa da Unidade, do Fortalecimento e independência do Sindicato dos Metalúrgicos!


 


Que desde 1942 quando ainda era associação, o sindicato jogou importante papel na defesa da categoria. Sua historia se confunde com a historia da redemocratização de nosso país, jogou importante papel na luta contra ditadura. Neste período chegou a sofrer intervenção e vários de seus diretores foram cassados.


 


Sua contribuição na luta da classe operária do país reserva na historia paginas de grande orgulho não só para os metalúrgicos da região e de todo Brasil. Protagonizou importantes movimentos na luta em defesa dos trabalhadores como a histórica grave de 88 onde o governo Federal, através do exercito com sua truculência assassinou três operários no interior da fabrica na CSN – nossos companheiros Wiliam, Valmir e Barroso.


 


Na década de 80 dirigiu importantes greves em varias empresas da base conquistando ampliando direitos e um ambiente de trabalho mais saudável para os trabalhadores metalúrgicos, como a conquista do turno de seis horas, refeitórios dignos e a famosa greve da botina, na antiga Siderúrgica Barra Mansa.


 


O sindicato também jogou papel importante na organização do movimento social de toda região apoiando e incentivando a criação de diversas associações de moradores e apoiando a luta por reivindicações justas.


 


Isso só foi possível por contar com uma direção comprometida e um sindicato unificado e forte.


 


Agora após 14 anos, os trabalhadores através do voto democrático disseram não ao entreguismo, ao imobilismo e ao peleguismo. E disseram sim a uma direção que foi eleita através do voto, comprometida com as mudanças e o rumo classista para a categoria e toda sociedade.


 


Mas a entidade está correndo sérios riscos. Os derrotados nas urnas incentivados pelos patrões, e por setores do movimento sindical que não querem um sindicato forte, classista, democrático e de luta, e independente dos patrões e do governo, querem dar o golpe tentando dividir o sindicato e os trabalhadores e o presidente derrotado ameaçando não entregar a direção.


 


Por isso, nós metalúrgicos classistas de todo Brasil, dizemos não a divisão!


 


E dizemos sim, na defesa do sindicato único, classista e das lutas que fazem parte da história do proletariado brasileiro.


 


Assim, não passará a divisão. Os metalúrgicos classistas que assinam esse manifesto de apoio a Direção eleita que muito bem defenderá os metalúrgicos de Volta Redonda, conclama a Direção Nacional da CUT, a se manifestar contra a divisão no campo cutista, não aceitando qualquer tentativa de golpe e desrespeito a democracia sindical, garantindo assim a unidade dos metalúrgicos da CUT, na tarefa da luta do proletariado  por direitos , rumo ao socialismo.


 


Nós metalúrgicos classistas da CUT, que não aceitamos a divisão afirmamos, que se não for dado um basta no processo de divisão, pelos companheiros da ARTSIND, será difícil convivermos no mesmo espaço sindical.
A divisão da entidade só interessa aos Patrões que querem uma categoria fragmentada e fragilizada.


 


Finalizando esperamos em caráter urgente, urgentíssimo uma solução para o problema por parte dessa Direção.


 


TODOS JUNTOS SOMOS FORTES! POR UM BRASIL DE TODOS OS BRASILEIROS.


 


Sem mais, saudações classistas.


 


São Paulo 21 de agosto de 2006.


 


Assinam o Manifesto


 


Roque Assunção da Cruz
Coordenador Nacional da CS no Ramo Metalúrgico
Secretário de Políticas Sociais da CNM


 


Marcelo Toledo
Secretário Executivo Nacional da CNM


 


Demais Diretores da CNM
Moacir Paulino
Eremi Fragoso
Narciso Penido
Edilon Queiroz
Metalúrgico de Manaus/AM


 


E as entidades classistas do Ramo Metalúrgico.
FETIM/BA
STIM/BA
STIM/Simões Filho/BA
STIM/Candeias/BA
STIM/Camaçari/BA
STIM/Dias Davila/BA
STIM/Pojuca/BA
STIM/Feira de Santana/BA
STIM/Ilhéus/BA
STIM/Vitória da Conquista/BA
STIM/Betim/MG
STIM/Rio de Janeiro
STIM/Caxias/RS
STIM/Angra dos Reis/RJ
STIM/Alagoas
STIM/Pernambuco
STIM/São Luis/MA
STIM/Jaguariúna