Vendoin inclui cacique tucano entre sanguessugas

''Meu pai conversou pessoalmente com o senador, que era o líder da bancada do estado. O acordo era para a totalidade das emendas da bancada, que somavam R$ 3,8 milhões. Antero apresentou R$ 400 mil e tínhamos de dar R$ 40 mil de comissão. Ele pediu para passarmos o dinheiro diretamente para o Lino Rossi, que, naquele tempo, era do mesmo partido que ele (PSDB). Todos ali tinham consciência do que estava sendo feito'', disse Vedoin, segundo a Veja.

Quem é o senador Antero

A revista semanal, engajada numa oposição aberta ao governo Lula, chama atenção para a figura do vereador em Fortaleza José Airton Cirilo, do PT. Afirma que José Airton, apresentado como lobista,  recebeu um percfentual não especificvado pela venda de ônibus superfaturados ao Ministério das Comunicações, na gestão do ex-ministro Eunício Oliveira, do PMDB. As fotos em destaque são as de Vendoin filho e de Eunício.  Porém os esforços editoriais não atenuam o impacto das denúncias contra Antero.

O senador mato-grossense se projetou no primeiro escalão tucano quando foi escolhido para presidir a CPI do Banestado, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso. E ganhou ainda mais notoriedade quando divulgou a fita de vídeo que deflagrou o Escândalo Valdomiro Diniz, em 2004. Desde então, aumentou sua ênfase na defesa ''da transparência e da moralidade pública'', que agita em sua campanha para governador, agora apanhada no contrapé pelas declarações de Vendoin.

Antero é também um oposicionista cuja agressividade pode ser medida pelos títulos das quatro ''últimas notícias'' de sua página de senador na noite deste sábado: ''Lula debocha dos brasileiros'', ''Lula, apenas uma fraude'', ''A pizzaria do Lula'' e ''Por que Lula vai perder''  (veja em www.senado.gov.br/web/senador/antero/index.asp).

Gabeira na saia justa

Diante da denúncia de Vendoin, o senador explicou-a como ''uma armação com objetivos eleitorais''. E responsabilizou seu concorrente nas urnas, o governador mato-grossense Blairo Maggi (PPS), candidato à reeleição.  ''Agora que começou a campanha eleitoral, meu nome cai de pára-quedas, justo quando eu tenho denunciado o palanque do Blairo como viveiro de sanguessugas'', argumentou Antero.

Ao comentar os depoimentos de Vendoin na revista, Biscaia disse que é preciso cautela com relação à reinquirição do empresário. ''Ele não pode a cada momento acrescentar nomes ou inocentar outros'', advertiu. Mas agregou que, ''havendo elementos consistentes, vamos investigar quem quer que seja''.

O Caso Antero-Sanguessugas terminou apanhando numa saia justa o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), também integrante da CPI e arauto da moralidade oposicionista. Gabeira teve de explicar uma declaração que gravopu em vídeo, apoiando Antero Paes de Barros para governador do Mato Grosso. Disse ser ''o primeiro, agora'', a pedir uma investigação e desautorizou o uso do vídeo na campanha.

Com Veja e agências