Cinema-denúncia: China planeja filme sobre massacre japonês

A expectativa era que a China reagisse com ultraje se Koizumi de fato visitasse o santuário de Yasukuni, em Tóquio, onde líderes japoneses condenados como criminosos de guerra são homenageados juntamente com os 2,5 milhões de mortos japoneses na guerra. Hoje, terça-feira (15), é aniversário da rendição japonesa na 2ª Guerra Mundial.

A agência de notícias Xinhua informou que o filme sobre o massacre de dezenas de milhares de civis chineses por tropas do Japão será baseado no best-seller de Iris Chang, The Rape of Nanking. A produção vai envolver uma produtora americana e investidores britânicos.

“Esperamos conseguir fazer do filme um clássico sobre um dos massacres da 2ª Guerra Mundial, como A Lista de Schindler é um clássico sobre o sofrimento e a dor dos judeus durante a guerra”, disse o produtor norte-americano do filme, Gerald Green, de acordo com a Xinhua.

A China diz que 300 mil homens, mulheres e crianças chineses foram massacrados pelas tropas invasoras do Japão em Nanjing (antes conhecida como Nanquim), a capital chinesa na época da guerra. Em 1948 o tribunal de crimes de guerra de Tóquio concluiu que as tropas japonesas mataram 155 mil pessoas, em sua maioria mulheres e crianças.

Li Xiangmin, presidente do Grupo Cultural Industrial Jiangsu, de Nanjing, o investidor chinês no filme, disse que uma empresa de entretenimento de Hollywood está investindo 20 milhões de dólares no filme, que é orçado em 25 milhões. A atriz chinesa Zhang Ziyi e a malaia Michelle Yeoh, estrelas do premiado com o Oscar filme de artes marciais O Tigre e o Dragão, integram o elenco com o qual os investidores gostariam de contar, disse a Xinhua.

Ainda segundo a agência de notícias, as filmagens estão previstas para começar “nas próximas semanas”, e o filme deve estrear na China no próximo ano, antes do 70º aniversário do Massacre de Nanjing.