Lula desafia oposição a derrotá-lo no meio do povo

O presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva fez um desafio a seus adversários neste sábado (12/8), durante discurso realizado na Praça Castro Alves, em Salvador. Em meio a um grande clamor popular e dirigindo-se à oposição a seu governo

Lula lembrou que, apesar de mais de um ano e meio de massacre político, ninguém no Brasil é capaz de dizer que sua candidatura está enfraquecida. Apesar disso, prometeu que não será vingativo.


O petista, no entanto, pediu para que a população da Bahia acabasse com a ''panela'' do carlismo. ''É preciso desmontar essa panela e colocar gente nova para temperar melhor a Bahia'', afirmou o presidente, referindo-se à influência política no Estado do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), que já dura décadas.



''Fui ofendido por um deputadozinho aqui deste Estado e não respondi'', declarou Lula, recordando o episódio em que o parlamentar ACM Neto ameaçou dar-lhe uma surra.



Em resposta à oposição, que durante a crise no governo chegou a cogitar até impeachment, o presidente exortou: ''Eu posso nesta praça dizer que ninguém nunca mais ouse duvidar da consciência do povo brasileiro, que ninguém nunca mais ouse utilizar o povo como massa de manobra''.



Imunidade parlamentar



Ainda em Salvador, Lula fez uma das críticas mais contundentes ao Congresso Nacional, ao afirmar que a imunidade parlamentar não pode ser usada para proteger políticos da ''safadeza''.



''A coisa é tão absurda que deputado ou senador pode achincalhar o presidente da República, como vocês sabem que eu fui achincalhado, e não posso abrir um processo porque tem imunidade'', disse o presidente em discurso para prefeitos do Estado da Bahia, de diversos partidos.



''A imunidade é para proteger a classe política do arbítrio, mas não para proteger da safadeza'', completou Lula.



O presidente também voltou a tocar no assunto da Reforma Política. Há algumas semanas ele havia levantado a possibilidade de se eleger uma Assembléia Constituinte para esse fim, mas a idéia foi criticada pela oposição e descartada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).



''Tenho dúvidas de que o Congresso Nacional fará a Reforma Política de verdade, tenho dúvida porque eles estarão legislando em causa própria e poderão fazer muito arremedo em benefício deles próprios'', disse Lula.



Ele ainda criticou o fato de os parlamentares ''trabalharem dois dias na semana'' e questionou o mandato de oito anos de senadores. ''Tem que ser de oito anos e não de quatro?'', questionou.