Marcha em Londres pede fim de guerra no Líbano e pressiona Blair
Milhares de pessoas participaram de manifestações em Londres no sábado, para pedir o fim da guerra no Líbano e protestar contra o governo britânico por falhar em exigir um cessar-fogo imediato.
Publicado 05/08/2006 20:31
Com bandeiras e cartazes, manifestantes gritavam “Cessar-fogo Agora” e “Tenha Vergonha” ao passarem diante da residência do primeiro-ministro, Tony Blair, em Downing Street.
Uma pilha de sapatos de crianças foi deixada nas proximidades no memorial para simbolizar as vidas de crianças perdidas na guerra entre Israel e o grupo guerrilheiro Hizbollah, que está em seu 25o dia.
Manifestantes entregaram um abaixo-assinado, que os organizadores disseram ter 30 mil assinaturas, ao escritório de Blair, exigindo que o governo peça um cessar-fogo imediato e incondicional.
“Eu não participava de uma manifestação há 40 anos. Isso é o tanto que considero importante estar aqui hoje”, disse Trevor Sutton, um aposentado de 66 anos. “Qualquer um com um pingo de consciência deve vir e mostrar seu apoio ao Líbano.”
Organizadores disseram que 60 mil pessoas compareceram, enquanto a polícia contou 20 mil. Dezoito pessoas foram detidas por desordem.
O governo de Blair está sendo criticado no país por seguir a liderança do presidente norte-americano, George W. Bush, e se recusar a pedir o fim imediato dos conflitos, que já mataram pelo menos 734 pessoas no Líbano e 78 israelenses.
Logo após a marcha, foi divulgada a notícia de que os Estados Unidos e França haviam produzido um esboço de uma resolução do conselho de Segurança da ONU, que Blair disse que poderá levar a uma interrupção do conflito dentro de poucos dias.
“O primeiro-ministro tem deixado claro que a situação atual não pode continuar”, defendeu o secretário do Trabalho, John Hutton, na rádio BBC.
Pelo menos três parlamentares do partido Trabalhista de Blair discursaram durante a manifestação, criticando o governo e pedindo a interrupção das férias de verão do parlamento para discussão da crise.
“Eu trago uma mensagem para Tony Blair. Você envergonha o nosso país”, disse o membro do parlamento do partido Trabalhista John McDonnell, um político de esquerda, que promete disputar as prévias do partido quando Blair deixar o cargo.
Blair disse que não irá disputar as eleições de 2009. Sua popularidade teve grande queda recentemente e sua posição na crise do Líbano contribuiu para seu enfraquecimento.
Fonte: Reuters