Marcha em Londres pede fim de guerra no Líbano e pressiona Blair

Milhares de pessoas participaram de manifestações em Londres no sábado, para pedir o fim da guerra no Líbano e protestar contra o governo britânico por falhar em exigir um cessar-fogo imediato.

 


Com bandeiras e cartazes, manifestantes gritavam “Cessar-fogo Agora” e “Tenha Vergonha” ao passarem diante da residência do primeiro-ministro, Tony Blair, em Downing Street.


 


Uma pilha de sapatos de crianças foi deixada nas proximidades no memorial para simbolizar as vidas de crianças perdidas na guerra entre Israel e o grupo guerrilheiro Hizbollah, que está em seu 25o dia.


 


Manifestantes entregaram um abaixo-assinado, que os organizadores disseram ter 30 mil assinaturas, ao escritório de Blair, exigindo que o governo peça um cessar-fogo imediato e incondicional.


 


“Eu não participava de uma manifestação há 40 anos. Isso é o tanto que considero importante estar aqui hoje”, disse Trevor Sutton, um aposentado de 66 anos. “Qualquer um com um pingo de consciência deve vir e mostrar seu apoio ao Líbano.”


 


Organizadores disseram que 60 mil pessoas compareceram, enquanto a polícia contou 20 mil. Dezoito pessoas foram detidas por desordem.


 


O governo de Blair está sendo criticado no país por seguir a liderança do presidente norte-americano, George W. Bush, e se recusar a pedir o fim imediato dos conflitos, que já mataram pelo menos 734 pessoas no Líbano e 78 israelenses.


 


Logo após a marcha, foi divulgada a notícia de que os Estados Unidos e França haviam produzido um esboço de uma resolução do conselho de Segurança da ONU, que Blair disse que poderá levar a uma interrupção do conflito dentro de poucos dias.


 


“O primeiro-ministro tem deixado claro que a situação atual não pode continuar”, defendeu o secretário do Trabalho, John Hutton, na rádio BBC.


 


Pelo menos três parlamentares do partido Trabalhista de Blair discursaram durante a manifestação, criticando o governo e pedindo a interrupção das férias de verão do parlamento para discussão da crise.


 


“Eu trago uma mensagem para Tony Blair. Você envergonha o nosso país”, disse o membro do parlamento do partido Trabalhista John McDonnell, um político de esquerda, que promete disputar as prévias do partido quando Blair deixar o cargo.


 


Blair disse que não irá disputar as eleições de 2009. Sua popularidade teve grande queda recentemente e sua posição na crise do Líbano contribuiu para seu enfraquecimento.


 


Fonte: Reuters