Belluzzo: não voto em Alckmin, ele é conservador e da Opus Dei

Ontem (4), durante jantar com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo, o renomado economista e professor da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo, declarou seu apoio à reeleição de Lula e justificou por que não vota em Alckmin: “Alckmi

O economista e professor titular da Unicamp, Luiz Gonzaga Belluzzo, compareceu na noite de ontem a um jantar no jockey Clube de São Paulo para levar seu apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O economista justificou por que, apesar de votar em José Serra para governador, não vota em Alckmin para presidente: “Alckmin é conservador, é da Opus Dei. Eu sou laico, republicano e socialista”, justificou.


 


No início deste ano, quando as candidaturas presidenciais ainda não estavam formalizadas, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, que apoiou Lula nas últimas eleições, alegou razões políticas e econômicas para justificar a opção pelo tucano José Serra na disputa presidencial. Ele falou da necessidade de “reestatizar” o Banco Central, que em sua opinião já não serve aos interesses da sociedade como deveria, e apontou o prefeito paulistano como o único candidato capaz de fazê-lo.


 


Belluzzo foi um dos intelectuais que elaboraram o movimento “Serra Presidente” na internet. Na ocasião, ele mostrou-se insatisfeito com a política econômica do governo: criticou os juros altos, o câmbio valorizado e o investimento público, sobretudo em infra-estrutura, em nível “historicamente baixo”.


 


“Achei importante para a democracia brasileira eleger um homem das classes populares, um homem do povo”, observou Belluzzo. “Mas acho que Brasil precisa de uma reorientação na política econômica, pois está crescendo pouco. O mais credenciado para isso é Serra”.


 


O economista foi evasivo sobre a possibilidade de outro tucano entrar na disputa. “Se não for Serra, me reservo o direito de votar no candidato que ache mais conveniente”, disse na época em uma entrevista ao TV Terra.


 


Como se vê pelas declarações mais recentes do economista, feitas ontem, ele já definiu qual é o “candidato mais conveniente”. E a julgar pelo discurso feito do presidente Lula no jantar desta sexta-feira, Belluzzo certamente deve ter saído satisfeito do encontro.


 


Lula disse que, se eleito, seu segundo mandato terá como foco o desenvolvimento com distribuição de renda. Ele garantiu que não haverá “idas e vindas” na economia e acenou com redução da carga tributária.



“O nome do meu possível segundo mandato será desenvolvimento. Repito: desenvolvimento com distribuição de renda e educação de qualidade”, disse Lula.


 


Ao fazer um balanço da performance econômica de seu governo, ele afirmou que o Brasil está vivendo seu mais longo ciclo de crescimento dos últimos 19 anos e que há 35 meses a economia não sofre abalos. “E crescem a produção, o emprego e os salários.” Disse ainda que em seu mandato a desigualdade diminuiu e houve ascensão social.


 


Pregou o crescimento sustentável com a manutenção da responsabilidade fiscal. “Nós precisamos colocar, definitivamente, o país na rota do crescimento de longo prazo. Não podemos perder as oportunidades que nós mesmos criamos. Chega de idas e vindas. Chega de crises a cada dois ou três anos.”


 


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