PC do Líbano: Apelo à luta contra o ocupante israelense

O Partido Comunista do Líbano convocou o povo de seu país, por meio de um comunicado divulgado em seu site na Internet, na última sexta-feira (28/7), a reagir à agressão israelense. O Líbano tem sofrido, desde o dia 19 de julho, uma agressão sem precedent

“Libanesas, libaneses,


 


O exército israelense prossegue, já há três semanas, sua agressão contra a nossa pátria. Esta agressão havia, durante os primeiros tempos, assumido a forma de uma guerra extrema que não havia poupado nada, nem a população civil, nem as habitações, nem mesmo as associações humanitárias, nem as mídias, nem a infraestrutura. A máquina da morte atingiu, ultimamente, os observadores internacionais da Finul (Forces Intérimaires des Nations Unies au Liban).


 


Esta tempestade de barbárie e de loucura assassina, que foi conduzida sob o pretexto da libertação de dois soldados israelenses capturados, ultrapassou todos os limites. Ela visa realmente uma vingança baixa e saciar um ódio sem precedentes contra o Líbano e seu povo, tentando sob o slogan da necessidade de destruir a infraestrutura militar do Hezbolá, provocar o maior prejuízo possível ao nosso país. E utilizando para este objetivo os meios mais covardes e mais selvagens.


 


Quanto aos Estados Unidos, cúmplice feroz da agressão, eles nos anunciaram, através da sua administração, sua esperança no nascimento de um “Novo Oriente Médio “, baseado no projecto em vigor desde há três anos contra o povo iraquiano e aspirando dominar o destino da região árabe e das riquezas que ela contém.


 


Mas a máquina da morte fracassou, ainda que continue a prosseguir sua obra de destruição de tudo. E os israelenses são obrigados, a contragosto, a recorrer ao ataque terrestre ao qual eles prefeririam não recorrer após a sua retirada da nossa pátria no ano 2000.


 


Eles tentam em vão, há uma semana, realizar um avanço no terreno do lado de Maroun Al-Ras e da cidade de Bint-Jbeil.


 


Eles tentam em vão ocupar, novamente, uma parte do nosso território nacional a fim de impor ao nosso povo suas condições e as condições dos seus mestres.


 


Para fazer isto, utilizam a arma dos crimes contra a humanidade, dos massacres de civis. Eles pressionam os cidadãos a abandonarem sua terra. Tudo isto sob a proteção benévola de Washington que não desperdiça nenhuma possibilidade de prestar socorro aos agressores, mesmo que isto signifique opor-se a toda a humanidade!!!


 


A selvageria da agressão e os perigos contidos nos objetivos que ela traz exigem uma grande responsabilidade da parte dos libaneses a fim de travá-la e impedi-la de realizar seus objectivos. Eles exigem da parte do governo libanês por fim à política de tergiversação e a toda ilusão na possibilidade de uma proteção americana e internacional… Os Estados Unidos são cúmplices dos agressores; será preciso considerá-los como tais e agir em consequência…


 


O povo e o governo libanês são chamados a unirem-se no combate, com tudo o que isto implica como posições e medidas, tanto nos planos político e militar como nos planos da segurança e da vida quotidiana. Isto exige também a criação de um governo de unidade nacional real cuja política será baseada na distinção entre os amigos e os inimigos da pátria e cuja actividade comportará toda a ajuda necessária à Resistência heróica que traça, mais uma vez, a glória do nosso país, mas também sua unidade e a sua própria existência face à máquina de guerra israelense-americana.


 


Libanesas, libaneses,


 


Israel tenta, mais uma vez, ocupar o nosso país e destruir-nos. E a Resistência islâmica prossegue seus atos heróicos, seus sacrifícios e suas vitórias, enquanto o exército libanês resiste apesar dos massacres covardes e odiosos dos seus soldados e dos seus oficiais.


 


O dever patriótico convoca-nos a juntarmo-nos à Resistência contra os ocupantes e enfrentar os crimes cometidos contra o nosso país.


 


Nós, partidos e forças da Esquerda e da Democracia, personalidades e posições já tendo tido a honra de participar na defesa da pátria em 1982 e posteriormente, declaramos que retomaremos as armas.


 


Convocamos os jovens do nosso país a recuperar esta experiência heróica e tomá-la como base da sua resistência. Nós os convocamos a permanecer nas suas cidades e aldeias, a tomar as armas face aos agressores, a defender nossa terra, nossa soberania e nosso povo.


 


Este é um momento histórico para nós. Nosso país e nosso povo vencerão e uma era de liberdade e de unidade reinará sobre o nosso país e a nossa nação árabe após a derrota de todos os agressores.


 


Beirute, 28 de julho de 2006


 


Partido Comunista Libanês


 


O original encontra-se em http://www.lcparty.org/290706_2.html. Este documento encontra-se em http://resistir.info/.