Evo apóia uma indígena para presidir Assembléia Constituinte

O Movimento Ao Socialismo (MAS), do presidente da Bolívia, Evo Morales, aprovou neste domingo a candidatura da indígena Silvia Lazarte para a Presidência da Assembléia Constituinte, que será instalada no dia 6 de agosto.

A candidatura foi anunciada por Morales no encerramento de um congresso da diretiva do MAS, que contou os 137 delegados da formação política e foi realizado em La Paz. O governante e líder do MAS afirmou que a decisão foi tomada por consenso, depois de uma ampla deliberação e em consulta com outros setores aliados do grupo político no Governo.


 


Lazarte, de 46 anos, é uma indígena quíchua que venceu a eleição no departamento de Santa Cruz, um dos distritos que mais sofreram com a emigração nas últimas décadas para as regiões ocidentais da Bolívia. Justamente por ter conseguido o posto em Santa Cruz, os demais constituintes de seu partido concordaram em apoiá-la. Além disso, pesou o reconhecimento por sua trajetória sindical e a sua origem indígena, disse o presidente boliviano.


 


“A companheira Silvia Lazarte esteve em muitas mobilizações, foi reprimida, detida e processada” por ter sido dirigente dos produtores de coca de Chapare, afirmou Morales, ao detalhar a trajetória da mulher que quase seguramente presidirá a Assembléia Constituinte pelo próximo ano. Morales acrescentou que “é desta maneira que a mulher deve participar ativamente na reconstrução da Bolívia”.


 


A candidatura do MAS foi aceita antecipadamente pela principal força de oposição, o Poder Democrático e Social (Podemos), cujo chefe nacional, o ex-presidente Jorge Quiroga, já reconheceu o direito do partido governista, que conquistou a maioria na Assembléia, de dirigir a reunião constitucional.


 


A aliança Podemos conquistou 60 cadeiras na Constituinte e ficou acima da União Nacional, do Movimento Nacionalista Revolucionário e do Movimento Bolívia Livre, todos com 8 representantes.