Sem trégua de Israel, líder de Hezbolá diz manter resistência

O secretário-geral do Hezbolá, Hassan Nasrallah, disse que seu grupo manterá a resistência ante os insanos ataques de Israel. Em discurso transmitido neste sábado pela rede de televisão Al-Manar, prometeu atacar mais cidades do centro de Israel, como fize

A convicção do Hezbolá cresceu quando Israel disse não aceitar uma trégua de 72 horas, proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) também na sexta-feira. A ONU queria os três dias sem combates para levar ajuda humanitária e retirar feridos do Líbano. Segundo Avi Pazner, porta-voz do governo israelense, não há necessidade para uma trégua, pois o Exército israelense já mantém um corredor aberto para a passagem de ajuda humanitária.


 


Fontes israelenses disseram à BBC que Israel pode aceitar parar os ataques assim que uma resolução da Organização das Nações Unidas for aprovada na semana que vem, mesmo antes de que qualquer força internacional seja enviada ao sul do Líbano.


 


O coordenador de ajuda humanitária da ONU, Jan Egeland, disse que crianças, idosos e mulheres estão indefesos depois de mais de duas semanas de combate no sul do país, ao completar uma visita ao Líbano, Israel e Faixa de Gaza. Para Egeland, os atuais corredores por onde passa a ajuda humanitária não são suficientes para atender as imensas necessidades dos atingidos pelo conflito.


 


Egeland afirmou que um terço das 600 pessoas mortas pelos ataques israelenses no Líbano são crianças. “É uma coisa horrível. Há algo fundamentalmente errado com uma guerra onde morrem mais crianças do que homens armados”, disse Egeland. O coordenador da ONU pediu que os dois lados cessassem as agressões por pelo menos “72 horas para que seja possível a evacuação de mulheres, crianças, feridos e idosos” do sul do Líbano.


 


EUA apóiam carnificina
Na contramão da ONU, o presidente americano, George W. Bush, voltou a repudiar novos pedidos por um cessar-fogo, argumentando que uma força de paz internacional deveria ser enviada para a região. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, voltou ao Oriente Médio neste sábado, para se encontrar com líderes de países da região.


 


Bush disse que Rice “trabalharia com os líderes de Israel e Líbano para chegar a uma solução que traga a paz de maneira definitiva” – o que soa como piada ou demagogia. O presidente americano disse que seu país e a Grã-Bretanha pressionariam (sem explicitar que seia à força) por uma “resolução que delimitasse claramente as condições de um cessar-fogo imediato e o envio de uma força internacional”.


 


Para Nasrallah, os argumentos de Bush são inaceitáveis. Em seu discurso, que durou cerca de 25 minutos, Nasrallah prometeu a vitória, como prometeu aos deslocados pelos combates que retornarão orgulhosos para casa. O líder do Hezbolá desqualificou a visita de Condoleezza Rice ao Líbano, dizendo que ela “vem conseguir com a política o que não conseguiu no campo de batalha”.


 


Ele assegurou que Israel “não conseguiu nenhum êxito militar” e afirmou que “suas perdas são muito maiores que as que as autoridades admitem”. Aos libaneses, disse que devem se manter unidos e que ninguém, nem cristãos nem muçulmanos, devem temer a vitória do Hezbolá, pois “será uma vitória de todo o Líbano”.