Mercadante promete diálogo entre governo de SP e entidades

O senador e candidato ao governo de São Paulo pelo Partido dos Trabalhadores, Aloizio Mercadante, abriu nesta sexta-feira (28/7) o ciclo de debates com candidatos ao governo do Estado, promovido pela CUT-SP. O evento ocorreu no auditório do Sindicato dos

Antes do início da palestra, foi lida a “carta compromisso eleitoral” da CUT, que será entregue a todos os candidatos. O candidato petista assinou o termo de compromisso dizendo que os 13 pontos destacados na carta não eram apenas compromissos de campanha, mas de vida e militância. Mercadante iniciou sua exposição lembrando do tempo em que foi assessor da CUT, por sete anos. “Aprendi muito com o movimento sindical cutista”, disse.


 


Em seguida, passou a analisar a situação de São Paulo que, segundo o candidato, vem perdendo espaço no cenário econômico nacional devido à desastrosa administração tucana nos últimos 12 anos. “São Paulo responde por cerca de um terço do PIB nacional, mas nos últimos 10 anos vem crescendo abaixo da média nacional, perdendo competitividade e piorando o atendimento à população em todos os segmentos.”


 


Para exemplificar, apontou diversos números – como o nível de desemprego, que era de 13,5% no Estado, em 1995 e passou para 19,3% em 1999. Em relação ao funcionalismo público, declarou que, em 12 anos, o Estado perdeu cerca de 40 mil servidores. “Com arrecadação menor e sem reposição dos funcionários que saíram da ativa, São Paulo foi perdendo sua característica de locomotiva do país, precarizando o atendimento à população, não incentivando o funcionalismo e não atraindo novos investimentos para o Estado”, disse Mercadante. “Com a queda na arrecadação, a solução que os tucanos buscaram para equilibrar as contas foi através da privatização do patrimônio do Estado.”


 


Segurança pública
O principal eixo do debate, proposto pela CUT, foi a questão da segurança pública. Sobre o tema, Mercadante fez um diagnóstico da situação dos presídios, dos baixos salários pagos aos policiais, do desrespeito aos presos e criticou os acordos do governo com a facção criminosa que domina os presídios. “O governo tucano transferiu a administração interna dos presídios para as mãos do crime organizado e o resultado é o que todos estão vendo”, enfatizou o candidato.


 


Após apontar diversas alternativas para combater a violência e o crime organizado, como a cooperação entre as polícias federal e estadual, Mercadante apontou a Educação como o principal ponto de sua plataforma. “Se for necessário construiremos presídios, mas quero entrar para a história como o governador que mais aplicou em Educação neste Estado, porque é através da educação, da escola, que vamos criar alternativas para que muitos jovens não embarquem no crime.”


 


O candidato criticou a administração tucana por não manter diálogo com as entidades sindicais e se comprometeu a manter uma mesa permanente de negociação, com a participação do movimento sindical. “Nosso diálogo será constante e transparente”, prometeu Mercadante.


 


Outros depoimentos
O presidente da CUT paulista, Edílson de Paula, disse aos presentes que o convite feito a Mercadante foi extensivo também aos candidatos Orestes Quércia (PMDB) e José Serra (PSDB). “A assessoria do Quércia avisou que o candidato não poderia comparecer nesta data, mas se dispôs a vir em outra ocasião. Já a assessoria do candidato Serra não retornou o convite”, informou Edílson.


 


Em sua saudação, Aldo Rebelo lembrou o nível de intolerância com que a oposição tem tratado o presidente Lula. “Não tem nem comparação com o que passamos na campanha de 2002. O que estamos vendo beira ao ódio social e político e é uma demonstração de discriminação contra Lula”, atacou o presidente da Câmara.


 


O presidente nacional da CUT, Artur Henrique, enfatizou que o movimento sindical não terá medo de ir às ruas debater com a população. “O PSDB entrou com uma ação na Justiça contra o Portal de notícias da CUT e contra o nosso programa de TV. Quinze dias depois, quis tirar de circulação a Revista do Brasil, publicação de vários sindicatos”, lembrou Artur. “Enfrentamos um jogo pesado, mas vamos às portas de fábrica conversar com os trabalhadores, expondo nossas idéias e propostas para o Brasil”.


 



Da Redação, sobre matéria do Portal do Mundo do Trabalho