Chávez: “EUA não tem moral para criticar compra de armas”

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse na noite desta quarta-feira (26/7), em sua chegada a Moscou, que os Estados Unidos não tem moral para criticar a venda de armas da Rússia para seu país.

“Eles são o império mais imoral e sanguinário da história e não praticam a democracia, mas acusam a Venezuela de não praticá-la. Justo eles, que construíram armas de destruição em massa, como a bomba de Hiroshima. Eles, que lançam bombas contra cidades inteiras. A Venezuela está comprando armas defensivas. Essa atitude dos Estados Unidos é um exemplo da loucura que há em Washington”, atacou.



Chávez também criticou parte da imprensa mundial, que tem dado destaque apenas à compra de armas de seu país durante sua visita à Rússia. “Há uma clara tentativa de colocar esse tema como o único importante, quando essa visita compreende outros temas de mesma relevância, como a ampliação da aliança estratégica nas áreas energéticas e comerciais dos dois países”, explicou.



Segurança, desenvolvimento e defesa



Em sua quarta visita à Rússia, Chávez definiu a segurança, o desenvolvimento e a defesa como os três principais temas das conversas que terá cm o presidente russo Vladmir Putin. Para ele, os dois países são grandes produtores de petróleo, e por isso devem manter uma relação de proximidade.



Os dois presidentes irão se encontrar nesta quinta-feira. Além dos acordos e convênios que serão firmados, os ataques de Israel ao Líbano também farão parte da pauta, assim como a necessidade de paz mundial.



Gasoduto e fuzis russos



Chávez lembrou também que a visita pode ser de grande importância para o desenvolvimento do Gasoduto do Mercosul, cujo projeto vem sendo analisado pelos países sul-americanos. “A experiência que a Rússia tem em matéria de gás é riquíssima. É por isso que estamos abrindo nossas portas para as empresas russas”, afirmou.



O presidente venezuelano também mostrou muito entusiasmo com o acordo firmado para construir em seu país uma fábrica de fuzis e munições Kalashikov. “Em breve se iniciarão as construções e em cerca de dois anos começaremos a produzir fuzis russos. Mas é importante deixar claro que não queremos agredir ninguém, apenas nos defender”, explicou.