Dez mil libaneses cercados na fronteira com Israel pedem socorro

Ao menos dez mil civis libaneses, cristãos e muçulmanos, estão bloqueados há seis dias em uma localidade na fronteira entre o Líbano e Israel, em meio ao bombardeio israelense, e na última quarta-feira (19) fizeram um pedido de socorro à comunidade i

Os moradores de cinco vilas da região fronteiriça estão refugiados em Rmeich, um povoado cristão próximo à localidade xiita de Aita ach Chaab, onde a Resistência Islâmica Hezbolá aprisionou dois soldados de Israel, fato que serviu de pretexto para os Estado sionista iniciar uma agressão contra o Líbano.


Um responsável da Cruz Vermelha libanesa que pediu para não ser identificado disse que a situação é “catastrófica”, já que os habitantes estão praticamente sem água, eletricidade e alimentos.


Tufic Ajaka, um responsável da companhia de Eletricidade do Líbano na região, entrevistado pela agência de notícias France Presse, informou que “a situação é dramática”. “A população de Rmeich é de 5.000 habitantes, e temos gente de Aita ach Chaab, Yarun, Aitarun, Hanin e Ain Ebel”.


O Comitê Internacional da Cruz Vermelha negocia há dias um passe para os civis refugiados em Rmeich, mas não tem obtido sucesso. A Cruz Vermelha foi autorizada pelos agressores israelenses a adentrar os vilarejos somente na quarta-feira, apenas para retirar os corpos de dois civis e socorrer outros dois, feridos em um bombardeio israelense.


Todos os habitantes de Rmeich “abrigam refugiados em suas casas, no convento e nas escolas, mas os supermercados estão quase vazios, não há mais leite para as crianças e os medicamentos estão no fim”, disse Tufic Ajaka. “Tudo está em falta.”


“Não há água corrente, não temos equipamentos de bombeamento. Temos apenas alguns poços pequenos para toda esta gente, porque os poços grandes exigem bombas”, afirmou Ajaka.


“Voltamos à Idade da Pedra. A eletricidade está cortada e temos combustível apenas para mais uma noite de eletricidade com o gerador. A partir de amanhã, estaremos no escuro”, disse Ajaka, que abrigou 15 crianças e 24 adultos em sua casa de três quartos.


“As linhas telefônicas foram cortadas, e em todo o povoado só funcionam dois telefones celulares.” Questionado sobre os esforços para resolver a situação, respondeu: “Parece que apenas Deus pode nos ajudar agora”.