Kirchner quer punição para terrorismo de Estado

O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, disse que as Forças Armadas devem se "consolidar" na sociedade e anunciou uma "profunda reforma" dos programas de formação de militares.

Em seu discurso, o presidente argentino lembrou que "os juízes constitucionais" serão os responsáveis pela tarefa de "por em seu lugar" os "responsáveis pelo terrorismo de Estado promovido pela última ditadura militar". "É a Justiça que deve separar os inocentes dos culpados", destacou Kirchner. Pouco após assumir a Presidência, em maio de 2003, o líder argentino incentivou a reabertura dos processos sobre os crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura.

"Nenhum reencontro sólido pode ser acompanhado de impunidade. Não é justo para a memória e a história das Forças Armadas querer identificar as ações de alguns com a atual instituição", argumentou. O Exército puniu nas últimas semanas quase 10 oficiais da ativa por terem participado recentemente de homenagens aos militares e civis mortos em operações repressivas na década do 70.

Kirchner anunciou uma "profunda reforma" dos programas de educação militares, como parte de um amplo plano de modernização para aumentar a integração entre as três forças. "Vamos realizar uma profunda reforma dos programas educativos", afirmou Kirchner, observando que "ao longo do século 20 os planos militares foram se afastando do sistema educativo nacional". "Vamos profissionalizar adequadamente as Forças Armadas", afirmou, acrescentando que os novos planos educativos serão desenvolvidos pelo Ministério da Defesa.

 

Com agências