Moscou e Pequim vetam sanções contra Pyongyang

O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CS) está dividido sobre a possibilidade de impor sanções à Coréia do Norte, devido à oposição de China e Rússia, dois membros permanentes

Analistas dos quinze membros do Conselho estão estudando uma minuta de resolução apresentada pelo Japão, e que conta com o apoio de Estados Unidos, Reino Unido e França. O documento vai exigir que Pyongyang "pare imediatamente" com o desenvolvimento e os testes de mísseis, e reafirme a suspensão unilateral decretada em 1999.

Redigida sob o Capítulo 7.º da Carta da ONU, a resolução também obriga os Estados-membros a "evitar a transferência de recursos financeiros, materiais e tecnologia" que possam ser usados para a fabricação de mísseis e programas de armas de destruição em massa. O capítulo 7.º confere à resolução um caráter obrigatório e abre o caminho para sanções econômicas mais fortes e a intervenção militar. Os Estados Unidos quebraram essas regras ao fornecer tecnologia para Israel produzir armas nucleares.

Moscou e Pequim expressaram desde o início sua preferência por uma declaração presidencial, que não tem cumprimento obrigatório e precisa ser adotada por consenso, em vez de uma resolução. Para ser aprovada, uma resolução requer o voto positivo de nove dos quinze integrantes do CS, e nenhum dos cinco membros permanentes (EUA, Rússia, China, Reino Unido e França) pode votar contra, pois esses países têm poder de veto.

O ministro de Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, disse hoje que a ameaça de sanções seria "contraproducente" neste momento, pois poderia provocar uma reação negativa da Coréia do Norte e aumentar ainda mais as tensões.

A China, por meio de seu embaixador perante a ONU, Wang Guangya, ressaltou que Pequim condena o lançamento de mísseis, mas defende medidas "construtivas" que ajudem a manter a paz no Nordeste da Ásia.