Lista de sanguessugas tem 60 parlamentares

Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) criada para investigar denúncias de uso irregular de recursos públicos para a compra superfaturada de ambulâncias (CPI das Sanguessugas) realizou reunião administrativa nesta

O volume de trabalho dos parlamentares tende a aumentar, segundo previsão do presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ). No depoimento prestado nesta terça-feira à noite, o procurador da República no Mato Grosso Mário Lúcio Avelar afirmou, em reunião reservada, que as investigações sobre a quadrilha são suficientes para denunciar à Justiça cerca de 60 parlamentares. Até agora, apenas 15 foram citados no processo.

A CPI ouviu o também o delegado da Polícia Federal Tardelli Boaventura, que comandou o inquérito no Estado do Mato Grosso. Após o depoimento deles, a CPI aprovou requerimento ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), pelo afastamento dos deputados João Caldas (PL-AL) e Nilton Capixaba (PTB-RO) de seus cargos na Mesa Diretora da Casa. Caldas negou irregularidade e classificou como "política" a decisão da CPI. Capixaba não se manifestou.

Leque amplo


Os deputados federais listados nos papéis da empresa, além de Caldas e Capixaba, como beneficiários de R$ 990 mil, pertencem a uma boa parte do leque político-partidário brasileiro. Estão citados: Fernando Gonçalves (PTB-RJ), Lino Rossi (PP-MT), Paulo Baltazar (PSB-RJ), Pedro Henry (PP-MT), Paulo Feijó (PSDB-RJ), Benedito Dias (PP-AP), Iris Simões (PTB-PR), Wanderval Santos (PL-SP), Teté Bezerra (PMDB-MT), Pastor Amarildo (PSC-TO) e Cabo Júlio. Dois parlamentares presentes ao depoimento de Avelar, no entanto, disseram que os parlamentares João Mendes (PSB-RJ), José Divino (PRB-RJ), Jorge Pinheiro (PL-DF) e Paulo Baltazar (PSB-RJ) aparecem com seus nomes grifados nos documentos.


Até agora, o Ministério Público Federal propôs a abertura de mais 42 inquéritos, que devem ser autorizados pelo STF, no total de 57 congressistas investigados. O STF, no entanto, concedeu a Luiz Antônio Trevisan Vedoin, filho do dono da Planam, Darci José Vedoin, liminar que lhe garante o direito de ficar calado no seu depoimento à CPI.


O dreno de recursos públicos para o esquema das ambulâncias superfaturadas, no entanto, também deve ter existido em outros setores do governo. Tanto Boaventura quanto Avelar confirmaram que a fraude chegou a ser operada também no Ministério de Ciência e Tecnologia e também houve tentativa da quadrilha para burlar licitações relacionadas ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, autarquia do Ministério da Educação.

Com informações
do Correio Brasil