Sindicato denuncia “caça” a agentes penitenciários em SP

Os agentes das forças de segurança dos presídios estão sendo vítimas de uma "caçada" promovida pelo crime organizado no Estado de São Paulo, denunciou neste domingo o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisi

Na terça-feira, a diretoria do sindicato vai pedir providências ao secretário de Administração Penitenciária, Antonio Ferreira Pinto. "O clima é de insegurança total entre os servidores e há risco de paralisação do sistema prisional", disse o assessor da diretoria do Sifuspesp, Danilo Bonfim. "Os agentes estão sendo caçados como a raposa daqueles filmes ingleses", comparou.

Segundo ele, os funcionários ainda sofrem pressões dos diretores das unidades para que não entrem em greve. "Os diretores chamam os agentes com mais ascendência sobre os servidores e avisam que, se houver paralisação, eles serão transferidos para unidades distantes." Os funcionários também são pressionados através da abertura de processos administrativos. "Os diretores alegam que, se tiver greve, os presos podem se levantar (rebelar) e os agentes irão arcar com as conseqüências".

Por causa disso, segundo ele, apenas três unidades da capital, os CDPs de Belém I, Belém e Vila Independência, tiveram paralisações parciais neste domingo, em protesto contra os assassinatos de agentes.

De acordo com o Sifuspesp, além das três baixas já contabilizadas – o agente Nilton Celestino, de 41 anos, assassinado na última quarta feira; o carcereiro Gilmar Francisco da Silva, de 40 anos, morto na quinta-feira, e o agente Eduardo Rodrigues, de 41 anos, executado sábado -, está desaparecido desde sexta-feira o agente Paulo Carvalho, do CDP de Belém II.

Houve ainda o ataque ao vizinho de um agente em Barueri e apreensão de um arsenal que seria usado contra agentes em penitenciárias do oeste do Estado.

Visitas

O presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado (Sindasp), Cícero Sarnei, disse que a greve em protesto contra a morte do agente Eduardo Rodrigues, prevista para este domingo, não se realizou por ser um dia de visitas aos presos.

"Como as visitas começaram no sábado, se parássemos hoje muitos familiares que não têm a ver com as mortes seriam prejudicados." Havia risco, segundo ele, de que a suspensão das visitas acarretasse nova onda de rebeliões nos presídios.

No Centro de Ressocialização Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes, onde está preso o líder do PCC, Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, não houve visitas neste domingo em razão do "castigo" imposto aos presos do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) por terem promovido um quebra-quebra durante a semana.

O sindicato dos agentes realizará uma assembléia na quinta-feira para decidir as medidas que serão tomadas frente aos ataques do PCC.

Fonte: Agência Estado