Vietnã completa neste domingo 30 anos de união

O Vietnã comemora neste domingo, 30 anos de sua reunificação. Em 2 de julho de 1976, as duas metades se reunificaram, formando a República Socialista do Vietnã, com capital em Hanói, no norte.

O Vietnã comemora amanhã 30 anos de sua reunificação nomeando uma nova cúpula encarregada de consolidar as reformas econômicas iniciadas há duas décadas. A reunificação do Vietnã do Norte e do Vietnã do Sul foi estipulada durante a Conferência de Paris de 1973. O então secretário de Estado americano, Henry Kissinger, e Le Duc Tho, representante da Frente de Libertação Nacional (FLN, o Vietcong), assinaram na ocasião um pacto para encerrar as hostilidades.

No entanto, em abril de 1975 os combates foram retomados, com uma ofensiva da FLN. Finalmente, o grupo assumiu o controle de Saigon e derrotou o Governo do Vietnã do Sul. Saigon passou a se chamar Cidade Ho Chi-Minh, em homenagem ao líder comunista morto em 1969. Os soldados americanos abandonaram o país.

Em 2 de julho de 1976, as duas metades se reunificaram, formando a República Socialista do Vietnã, com capital em Hanói, no norte. Após a Guerra da Indochina (1946-1954), a França já tinha sido obrigada a aceitar os Acordos de Genebra, reconhecendo a independência do país, dividido em Vietnã do Norte e Vietnã do Sul.

O paralelo 17 separava a República Democrática de Hanói, sustentada pela China e pela União Soviética, e a República do Vietnã, apoiada pelos EUA. A década seguinte foi marcada pelas ações do Vietcong no Vietnã do Sul para conseguir a reunificação. O sonho esbarrou na intervenção militar americana, que a partir de 1964 mobilizou cerca de 550 mil soldados para bombardear o norte e desarticular a guerrilha comunista.

Sem conseguir uma vitória militar, os EUA iniciaram em 1968 as negociações com o FLN. O resultado foi a assinatura dos acordos de Paris de 1973. Após a reunificação, começou um embargo econômico à nova nação comunista. George Bush suavizou as restrições em 1992. Mas quem suspendeu o embargo foi Bill Clinton, em 1994, a pedido do Senado. No ano seguinte, ele anunciou o restabelecimento de relações diplomáticas.

O Vietnã já estava há quase dez anos em processo de "doi moi" (renovação), uma política de reformas que deve ser concluída no fim deste ano ou no início de 2007, com a entrada do país na Organização Mundial do Comércio (OMC).

O responsável pela condução das reformas é Nguyen Tan Dung, um ex-funcionário do Banco Nacional e ardoroso defensor do "doi moi".

Esta semana, ele foi nomeado primeiro-ministro pela Assembléia Nacional. Nguyen Minh Triet, por sua vez, foi escolhido novo presidente do país.

Os dois substituem a velha guarda que vinha conduzindo o país, promovendo abertura gradual sem abrir mão dos princípios socialistas que norteiam a política nacional. Uma geração mais jovem de dirigentes começa a chegar ao poder. O desafio é consolidar as reformas econômicas, modernizar as indústrias estatais e criar mais de 1 milhão de postos de trabalho. A nova cúpula deve também cumprir os compromissos adquiridos com a OMC, entre eles a abertura do setor de serviços a empresas estrangeiras.

Este mês, Hanói assistiu à inauguração do primeiro restaurante da cadeia americana Kentucky Fried Chicken (KFC), que atraiu longas filas de clientes logo no primeiro dia de funcionamento.

Fonte: EFE