México: Obrador promete fazer história

O candidato de centro-esquerda à Presidência do México, Andrés Manuel López Obrador, disse a mais de 100.000 eleitores em seu último comício na quarta-feira que vai fazer história e vencer a eleição presidenci

A esquerda nunca venceu uma eleição presidencial no México. O cargo foi mantido pelo Partido Revolucionário Institucional (PRI) durante sete décadas, até que Vicente Fox foi eleito em 2000. López Obrador, ex-prefeito bastante popular da capital mexicana, está com três a cinco pontos na frente do conservador Felipe Calderón, ex-ministro da Energia de Fox, segundo as últimas pesquisas de intenção de voto.

O candidato anti-neoliberal afirma que as modificações que fará se for eleito serão um ponto de mudança na história mexicana, como o rompimento com a Espanha colonial, as reformas liberais de meados do século 19 e a Revolução Mexicana no início do século 20. "Tudo o que quero é uma sociedade melhor, sem privilégios, sem mexicanos de primeira e segunda classes. Todos somos iguais", disse.

Temerosa com a força e o apoio popular crescentes de López Obrador, a elite mexicana e o governo tentaram, no ano passado, tirá-lo da campanha sob acusações de ignorar as ordens de um juiz durante uma disputa por terras quando era prefeito. Calderón acusa López Obrador de ser um populista que desdenha a lei.

"Sou um candidato que respeita a lei. O outro candidato não acredita nela", disse Calderón, que é do Partido da Ação Nacional (PAN) e é apoiado por Fox. Para tentar lhe tirar votos, Calderón afirma que Obrador vai romper o delicado "equilíbrio econômico" que fez do México um dos países mais estáveis da América Latina. E também um dos principais aliados do presidente norte-americano no continente, junto com o presidente colombiano recém reeleito, Álvaro Uribe.

Calderón usou a maior parte das propagandas na televisão e no rádio para atacar López Obrador. Assim como no Peru, também no México a direita apela para associar o candidato opositor a uma suposta estratégia de controle da região do líder venezuelano Hugo Chávez.

No ato político de ontem a noite, López Obrador disse que sua causa vai ganhar contra o dinheiro. "Vamos ganhar em 2 de julho e vai ficar claro que o dinheiro nem sempre triunfa sobre a dignidade e sobre o espírito do nosso povo", disse.

Da Redação
Com agências.