Obrador termina campanha com vantagem nas pesquisas

O candidato oposicionista à Presidência mexicana Andrés Manuel López Obrador realizará um ato político com o qual dará fim a sua campanha para a eleição que acontecerá no domingo, dia 2. O evento ac

Candidato da coalizão Pelo Bem de Todos, integrada pelos partidos da Revolução Democrática (PRD, a qual pertence), do Trabalho e Convergência pela Democracia, que se identificam com posições de esquerda e centro-esquerda. Sua principal bandeira de campanha é "Primeiro os pobres" e com isso prometeu introduzir mudanças no modelo econômico neoliberal imposto com força no país desde a década doe 90 do século passado com graves consequências sociais.  

 

Contra Obrador, que foi prefeito da capital mexicana com um respaldo gigantesco da população, o governista Partido Ação Nacional (PAN) e seu candidato Calderón desataram uma campanha de propaganda custosa para apresentar seus projetos de mudanças como uma ameaça que pode estabelecer uma grave crise econômica-social na nação. A artilharia pesada do PAN, com dezenas de milhares de mensagens transmitidas por rádios, televisão e outros meios, se concentrou em convencer a população a não votar por López Obrador, descrito por eles como um "perigo para o México".

 

A essa campanha anti-Obrador se somou, de maneira explícita, o Conselho Coordenador Empresarial (CCE), com uma propaganda cujo objetivo é apontar que qualquer mudança no modelo econômico vigente pode causar a ruína da nação, a perda de propriedades e desemprego. Em resposta, Obrador tem enviado constantes mensagens tranquilizando o setor privado. Em um de seus últimos discursos, ele assegurou que, se ganhar a eleição, seu governo fará um manejo "técnico, responsável e não ideológico" da economia.

 

Obrador afirmou que aqueles que realizam campanhas contra ele a partir do CCE, "são os principais, os que têm feito negócios lucrativos amparados por seu poder político, os traficantes de influências, deliquentes de colarinho branco, que não querem que as coisas mudem no país". Para a mudança, ele conta com o apoio de setores sindicais independentes como a União Nacional de Trabalhadores, cujos dirigentes defenderam essa postura como um direito, "quando – disseram – os grandes empresários e os capitais estadunidenses, fizeram toda uma campanha suja".

 

Até setores do opositor Partido Revolucionário Institucional (PRI), como o representado pelo senador Manuel Bartlett, já exortam o chamado "voto útil" a favor de López Obrador para impedir o avanço da direita representada por Calderón. Apesar de estar em terceiro lugar nas pesquisas, o candidato do PRI, Roberto Madrazo, ainda afirma que conseguirá a vitória com o respaldo de sua organização, que conta com a mais poderosa e mais bem preparada máquina eleitoral do país.

 

Dirigentes de outras organizações afiliadas ao PRI, como a Frente Revolucionária de Camponeses e Trabalhadores e a Confederação Revolucionária de Obreros e Camponeses (CROC) também anunciaram sua decisão de votar a favor de Obrador.

 

O ato de encerramento da campanha de Obrador acontecerá esta noite na Praça da Constituição, mais conhecida como o Zócalo, a principal do distrito federal, governado pelo partido desde as eleições de 1997. As atividades de campanha, por lei, devem terminar a meia noite de hoje, a quatro dias da abertura das urnas.

 

Da Redação

Com agências.