Cresce migração da América Latina para Europa

Aumentou o número de latino-americanos que emigraram legalmente para a Europa nos últimos anos, especialmente para a Espanha, segundo estudo divulgado ontem pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econ&ocir

Segundo Georges Lemaitre, especialista em migração internacional da OCDE, o maior fluxo foi para a Espanha, mas também se nota um aumento em Portugal e Itália. O número de migrantes latino-americanos se manteve estável até 1995, mas subiu nos últimos anos, segundo o relatório de 2006 sobre a situação migratória internacional.


A motivação para emigrar dos países de origem foi principalmente econômica, com possibilidades de encontrar trabalho, obter melhores salários e condições de emprego, segundo o estudo. A Espanha registrou aumento de 30 por cento no número de novos imigrantes legais em relação ao ano anterior, com 560 mil trabalhadores registrados em 2005, de acordo com a OCDE. Assim, a população de imigrantes legais no país chegou a 2,6 milhões. Os dados não incluem cidadãos de países da União Européia que foram viver na Espanha e não pediram residência.


"Na última década, Espanha, Itália e até Turquia se transformaram em países atrativos para a migração", disse Lemaitre. "E, da América Latina, um dos países que mais mandaram migrantes foi o Equador", acrescentou. Os equatorianos foram responsáveis por 350 mil novos registros municipais entre 2000 e 2004 na Espanha, segundo o estudo.


Esses registros incluem imigrantes legais e ilegais. Em geral, houve crescimento de 50 por cento nos registros municipais em 2003 e 2004, segundo a organização, com uma lista de 646 mil novos estrangeiros cadastrados. Cerca de 40 por cento deles vêm de países da União Européia, especialmente a Romênia; e 26 por cento de países da América do Sul, como Bolívia, Argentina, Brasil, Equador e Peru.


Segundo a OCDE, os imigrantes se dedicam especialmente a trabalhos na construção civil, alimentação, comércio, agricultura e serviços domésticos. Os latino-americanos se concentram na construção e nos serviços, enquanto os europeus preferem a indústria e os africanos tendem a trabalhar na agricultura.


Motivações


O movimento de busca por melhores perspectivas de vida fora deu seu país de origem cresceu estrondosamente entre os países latino-americanos na década de 90, quando foi comum a implementação de políticas macroeconômicas neoliberais. Privatizações, sucateamento do Estado e baixo crescimento econômico foram determinantes. Segundo números da OIT referentes a 2004, o desemprego no Equador atinge cerca de 10% da população; na Bolívia, chega a 11%; no Peru, cerca de 10%.


Da Redação
Com agências.