EUA preparam invasão da Venezuela, reafirma Chávez

No Panamá, onde participou das comemorações pelo 180º aniversário do Congresso Anfictiônico promovido por Simón Bolívar, o presidente venezuelano reafirmou que os EUA estão dando os primeiros passos no seu plano de in

Chávez foi aplaudido por professores, alunos, ativistas sociais e delegações de países da América Central que escutaram seu discurso na Universidade do Panamá. Ele ressaltou que os EUA, com seu "grande poder de comunicação", está preparando a sua população para a invasão da Venezuela. O governante citou como exemplo da manipulação de massas dois videogames que serão brevemente lançados no mercado norte-americano. Em um deles, os EUA invadem a Venezuela "para derrubar o tirano e garantir o fornecimento de petróleo".


Chávez condenou a "maldição capitalista" e disse que só através do socialismo "será possível salvar o mundo". O líder também disse que é preciso reorientar os processos de integração regionais, porque alguns dos atuais, como o Sistema da Integração Centro-Americano (Sica) "nunca levarão a nada". "É preciso reformular os mecanismos de integração. Temos lutado contra a Área de Livre-Comércio das Américas (Alca), e é por isso que nos atacam tanto", afirmou.


Integração

A Venezuela acaba de ingressar formalmente no Mercado Comum do Sul (Mercosul) e tem sido um dos mais importantes propulsores do atual processo de integração dos países da América do Sul. Chávez tem criticado governos que fazem acordos bilaterais com os Estados Unidos, desfavorecendo mercados regionais e fortalecendo as políticas imperialistas para o continente.


Durante uma mensagem aos integrantes da Assembléia Nacional Panamenha, Chávez advertiu que devido ao controle soberano das grandes reservas petrolíferas e gasíferas no território venezuela, os interesses imperialistas dos EUA dirigem uma campanha midiática internacional para tentar despritigiar os acordos de integração energética que propricia a Venezuela com os países da região. Chávez foi declarado "amigo distinto" e recebeu um pergaminho especial dentro das comemorações pelo 180º aniversário do Congresso Anfictiônico.


Chávez mostrou e leu textos da imprensa internacional onde parlamentares dos EUA atacabam a Venezuela acusando-a de ser fator perturbador das democracias latino-americanas e caribenhas, pelos diversos convênios energéticos que assintou com vários governos e prefeituras. O líder lembrou o chefe de Estado que pretende questionar a solidariedade mostrada pela Venezuela ao assinar contratos e convênios petrolíferos com descontos e benefícios para os países receptores, com a desculpa de uma suposta "compra de consciências e vontades" desses governos para futuros apoios internacionais.


"Há um grande interesse hegemônico de que nos isolemos, de que esta boa fé e as propostas venezuelanas – porque não somente é boa fé, são propostas – aos governos, parlamentos, terminem sendo rechaçadas ou mal vistas, produtos desta campanha que repetem constantemente", advertiu.


Soberania

Há 180 anos, Bolívar intuiu a conduta do império. "Muito rica, muito belicosa e capaz de tudo como dizia Bolívar", disse Chávez. O presidente lembrou as ditaduras genocidas latino-americanas do século 20, instauradas e apoiadas pelos governos dos EUA de forma sistemática através do Plano Condor e da Escola das Américas, que precisamente tinha sua sede no canal do Panamá. "Por isso rendo tributo ao general Omar Torrijos, que liberou estas terras. Alguns não querem reconhecer, mas é a verdade. E com a verdade nem ofendo nem temo. Espero que com estas verdades não ofenda ninguém".


Chávez defendeu todas as políticas soberanas para a inclusão social dos venezuelanos e agradeceu a imensa ajuda do governo e do povo cubanos nesta tarefa. Ele explicou que a solidariedade da Venezuela com os países amigos não é uma política que responde a uma estratégia expansionista, mas ao resgate da ideologia integracionista do pensamento bolivariano.


Para o líder bolivariano, os ataques que insistentemente lança o império é refleto do controle soberano dos recuross que seu governo faz e que não perdoam os interesses norte-americanos e da oligarquia venezuelana. Ele lembrou que, no passado, a Venezuela era uma colônia dependente dos EUA, tal como ocorreu com o Canal do Panamá, onde os norte-americanos tinham pleno domínio.

Da Redação
Mônica Simioni
Com agências.