Venezuela: fábrica de fuzis gerará mais de 5 mil empregos

Defender a soberania, impulsionar a indústria e enriquecer a produção nacional. Estes são os objetivos dos contratos que a Venezuela está preparando com empresas russas para fabricar no país, não somente

A informação é do presidente da Companhia Anônima Venezuelana de Indústrias Militares (Cavim), general da divisão Gustavo Ochoa Méndez, que falou ao jornal venezuelano Últimas Notícias. Segundo ele, o contrato, que prevê a capacitação de funcionários venezuelanos na Rússia, irá gerar cerca de 800 empregos diretos e mais de 5 mil indiretos.

 

Ochoa garante, entretanto, que seu país não é armamentista. Ele lembra que na Constituição não há menção de invasão a outros países ou de venda de armas fabricadas no país para terceiros. "Quando se fala de carreira armamentista refere-se a quando um país fabrica armas para vender a terceiros ou quando se tem uma geopolítica agressiva de ir a outros países para defender seus próprios interesses, invandindo-os. Venezuela não é um país armamentista", disse.

 

Segundo o general, os fuzis Kalashnikov serão produzidos em duas fábricas na sede da Cavim, localizada em Maracay. Uma fabricará fuzis e a outra munições, com um investimento total de quase 300 milhões de dólares. Em 15 dias o contrato será firmado. O cronograma prevê um plano composto por três etapas e estima que em 2008 já estejam circulando os primeiros kalashnikov "feitos na Venezuela".

 

O general Ochoa informou ainda que a Cavim vai gastar 900 milhões de bolívares para a confecção de uniformes militares, que hoje são comprados da China. Conjuntamente com um grupo de empresas francesas que vão instalar o maquinário, a Venezuela estará com capacidade de elaborar não somente as vestes de seus militares, mas também barracas e uniformes escolares.

 

"A empresa privada terá que ser equitativa em seus preços", disse o general. A Cavim tem pensado em confeccionar calças escolares, que não devem ser vendidos por 30 mil bolívares, como é o preço de mercado, porque a empresa tem uma fábrica de nitrocelulose que pode servir tanto à indústria militar quanto à fabricação de tecidos e pintura, o que potencializará o projeto.

 

Para a fabricação dos Kalashinikov, a Cavim trabalhará com uma empresa em Maracay que já deu os primeiros passos na microfundição. Segundo o general, o projeto tem capacidade para produzir 50 mil fuzis ao ano, embora a licença obtida pelo país seja apenas para a fabricação da metade desse armamento. A empresa tem também um plano de fabricação de pistolas 9 milímetros e revólveres calibre 38 com tecnologia venezuelana.

 

Lança-foguetes

 

Ontem o Exército venezuelano anunciou que um lança-foguetes com várias finalidades será fabricado e incorporado na dotação orçamentária das Forças Armadas Nacionais (FAN) a partir de outubro. O lança-foguetes VE-Nilangal, calibre 72 mm, foi desenhado pelo Comando de Escolas do Exército venezuelano.

 

O coronel Ender Galvis, um de seus criadores, informou que se trata de um dispositivo "antitanque, anti-aéreo, antifortim e antipessoal, fácil de ser manobrado". Seu alcance é de dois quilômetros e "supera facilmente a velocidade do som", acrescentou o oficial. O lança-foguetes ganhou o Concurso de Engenhos (de inventos) do Exército, cuja primeira edição ocorreu na terça-feira.

 

Um simulador de vôo "de asa rotatória" obteve o segundo lugar. O "Yaracuy 001" servirá para treinar os pilotos venezuelanos para voar nos helicópteros russos recentemente adquiridos pelo governo de Chávez.

Da Redação,
Com agências.