Lula e Requião conversam hoje sobre sucessão no Paraná

A vinda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) hoje, 20, a Araucária, para a solenidade de lançamento do HBio, o biocombustível que está sendo produzido pela Petrobras, na Refinaria Getúlio Vargas, não altera o quadro da sucessã

Não há uma conversa programada na agenda do presidente com Requião, mas os dois devem trocar idéias sobre a política estadual no trajeto entre o Aeroporto Affonso Pena e a Repar. A chegada de Lula está prevista para o início da manhã. A solenidade está marcada para as 10h30 e o presidente poderá ficar para almoçar com os funcionários da Repar, se houver tempo, antes de viajar a Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Lula virá ao Paraná acompanhado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, do ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, e do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

Os petistas paranaenses garantem que Lula não vai pedir a retirada da pré-candidatura do senador Flávio Arns ao governo do Estado para buscar uma composição com o governador do Paraná em troca do seu apoio à reeleição para a sucessão presidencial. Já o PMDB assegura que Requião continuará na mesma posição de antes sobre a sucessão presidencial. Ou seja, sem declarar apoio ao PT para a Presidência da República.

O presidente estadual do PMDB, Dobrandino da Silva, afirmou que falta apenas formalizar a aliança entre o PMDB e o PSDB no Paraná. E que as conversas com os tucanos já avançaram muito para que possam ser anuladas a partir de um simples encontro entre o governador e o presidente da República. "É difícil a vinda do Lula furar este acordo", afirmou Dobrandino.

O presidente do PMDB afirmou ainda que tem esperanças de ver Requião abrindo seu palanque a Alckmin. "Nós não temos candidato a presidente da República. Então, se fecharmos um acordo aqui com o PSDB, nada mais natural que o PMDB apóie o candidato deles a presidente. Eu vou subir no palanque do Alckmin. Imagino que ele (Requião) também subirá", afirmou.

Para o presidente estadual do PT, André Vargas, o presidente Lula deve se surpreender com o quadro no Paraná, em que peemedebistas e tucanos podem montar um palanque único. Mas Vargas acha que Lula deve tentar conquistar o apoio de Requião à reeleição. "Apoiamos qualquer conversa do Lula com o Requião. Aliança não haverá. Eles têm candidato e nós também. Mas se o Requião apoiar o Lula, será bom para o presidente, para o Brasil e bom também para o governador", comentou.

O deputado Ângelo Vanhoni avaliou que, apesar de não haver chance de os palanques do PMDB e PT se fundirem no Paraná, não vê Requião subindo ao palanque de Alckmin. Por uma razão que as pesquisas apontam: segundo Vanhoni, mais de 60% dos eleitores do governador do Paraná são também eleitores de Lula. "E esse voto não muda em função de acordos partidários. Esse voto segue a lógica das políticas do governador, que são muito parecidas com as do governo federal", disse. Vanhoni afirmou que, mesmo que Requião não declare apoio oficial a Lula, seus eleitores saberão de que lado estará o governador na campanha presidencial. 

Fonte: Elizabete Castro – Paraná-Online