9º Concut: Sindicalista palestino enaltece encontro no Brasil

Mohamed Yahya protagonizou um dos momentos mais emocionantes do 9º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (Concut). Membro da delegação internacional convidada ao encontro e dirigente da União Geral dos Traba

O carinho demonstrado pelo Brasil contrastou com a severa denúncia dos abusos de Israel sobre o povo palestino. Povo que, segundo Yahya, “está vivendo dentro de uma condição desumana em todos os aspectos”. Em nome de sua central sindical, o dirigente conclamou os delegados do Concut a “estenderem as mãos e ajudarem os trabalhadores palestinos em suas causas”.

Yahya agradeceu ao presidente Lula e homenageou o presidente da CUT, João Felício, presenteando-lhe com uma faixa topicamente palestina. Confira abaixo as principais passagens de seu discurso:

– “Estando entre vocês, nós nos sentimos em casa. E queremos apresentar — aos trabalhadores brasileiros, aos representantes dos países da América Latina e países do mundo inteiro — um panorama sobre a opressão e a discriminação sob a qual vivem hoje os trabalhadores palestinos nos territórios ocupados por Israel. Estamos sofrendo o pior tipo de injustiça, por meio de uma das mais terríveis ocupações militares e colonialistas da História do mundo.”

– “A odiosa ocupação põe em prática uma política de terra arrasada, expulsa a população palestina e mata civis inocentes, crianças recém-nascidas e idosos. Há barbaridades contra a privacidade das casas e desobediência a todos os direitos humanos.”

– “Mais de 30% do povo palestino já passou pelas prisões israelenses — sem contar os feridos, que já somam dezenas de milhares. Houve ataques a mais de 60% dos estabelecimentos de produção onde trabalham funcionários palestinos, demolindo dezenas de milhares de oficinas de trabalho e torturando nossos trabalhadores através de suas políticas racistas cotidianas.”

– “(Com o embargo de Israel, Estados Unidos e países aliados), foram cortados todos os tipos de ajuda e obrigaram o povo palestino a viver numa situação de humilhação e miséria. Essa política provocou 90% de desemprego em territórios palestinos, onde antes o índice não passava de 50%.”

– “Gostaríamos de saudar os governos e povos da Bolívia e Venezuela, principalmente o presidente (Hugo) Chavéz. Nem podemos esquecer o papel exercido por Cuba, Argentina e todas as lideranças livres da América Latina.”

– “Em nome das crianças palestinas, imploramos a todas as pessoas conscientes e instituições livres para que possam mostrar seus esforços e garantir o mínimo necessário para a sobrevivência dessas crianças.”

De São Paulo,
André Cintra