Referendo palestino: principais pontos da iniciativa dos prisioneiros

O documento de entendimento nacional que o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, submeterá a referendo foi elaborado pelos dirigentes dos principais movimentos palestinos prisioneiros em Israel.

O texto prevê o fim da retaliação aos ocupantes israelenses em seu território a criação de um Estado palestino nos territórios ocupados em 1967. Para o Hamas, isso implicitamente significa reconhecer a existência de Israel.

Este documento foi elaborado por Marwan Barghuti, dirigente do Fatá na Cisjordânia, Abdeljaleq Al-Natche, um alto dirigente do Hamas, Abdelrahim Maluh, número dois da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), Bassam al-Saadi, um dirigente da Jihad Islâmica, e Mustafah Bardarneh, da Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP).

Todos eles estão detidos em prisões israelenses. Seguem abaixo os principais pontos do texto:

O povo palestino trabalha para a libertação de sua terra e a realização de seus direitos à liberdade, ao retorno dos refugiados, à independência e à autodeterminação para a criação de seu Estado independente em todos os territórios ocupados em 1967, com Jerusalém como capital.

A aceleração da aplicação de tudo o que foi assinado (durante o diálogo entre palestinos) no Cairo, em março de 2005, no que diz respeito à modernização e à reativação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e a adesão do Hamas e da Jihad a esta organização como único representante legítimo do povo palestino.

A fidelidade ao direito do povo palestino de resistir por todos os meios e a centralização da resistência em todos os territórios ocupados em 1967, enquanto as negociações e a ação política e diplomática continuam.

A proteção e o fortalecimento da Autoridade Palestina, que é o núcleo do futuro Estado.

A formação de um governo de união nacional sobre uma base que garanta a participação de todos os grupos parlamentares, sobretudo o Fatá e o Hamas.

As negociações com Israel competem à OLP e ao presidente da Autoridade Palestina (…) com a condição de que todo acordo crucial seja aprovado pelo Conselho Nacional Palestino (CNP, o Parlamento da OLP) ou submetido a referendo.

Rechaçar o lugar injusto imposto pelos Estados Unidos e Israel contra nosso povo e convocar os povos e o governo árabe a apoiar o povo palestino, a OLP e a Autoridade Palestina.

A recusa das divisões e das dissensões, assim como da proscrição do uso das armas entre palestinos, independentemente da razão.

A necessidade de reformar e modernizar o aparelho de segurança palestino para permitir-lhe defender a pátria e os cidadãos contra as agressões e a ocupação, garantir a segurança e a ordem e acabar com a anarquia em matéria de segurança.
Com agências internacionais