PSDB na TV evitará Lula e esconderá FHC

O PSDB espera que seus 45 minutos em rede nacional de rádio e TV, que irão ao ar a partir de quarta-feira (7), revertam a situação difícil do presidenciável Geraldo Alckmin (nas pesquisas Ibope e Vox Populli desta semana, Alckmin apar

No início do ano, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) avisou em circular que tiraria do ar peças que tivessem um cunho de promoção pessoal ou campanha eleitoral antecipada. E está levando a circular à risca.

De olho na portaria

No mês passado, o Tribunal tirou do ar um programa do PT, a pedido do próprio PSDB, por julgar que fazia propaganda de Lula. Uma liminar também a pedido dos tucanos atingiu o programa do PCdoB, com a mesma fundamentação. Ontem, foi o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) que cassou nove minutos do tempo de TV do PFL, por promover a imagem do ex-deputado federal Guilherme Afif Domingos.

Os marqueteiros e advogados tucanos tratam de conseguir o que seus congêneres das outras siglas  não obtiveram. A avaliação expressa pelo comando da campanha Alckmin é que seu candidato derrapa por ser pouco conhecido nacionalmente – alguns admitem também a influência negativa do colapso na segurança pública de São Paulo. Mas como vender a imagem de Alckmin sem que a Justiça Eleitoral tire do ar?

Na semana que vem os telespectadores brasileiros poderão conferir a resposta encontrada pelos tucanos. Em abril passado eles conseguiram driblar a portaria: o TSE rejeitou no dia 27 daquele mês um pedido de suspensão da propaganda do PSDB, aceitando o argumento de que Alckmin aparecia como governador de São Paulo e não como candidato.

Esperança é ganhar 5 a 10 pontos

A intenção é fazer com que os programas empurrem Alckmin para cima, dando-lhe de 5 a 10 pontos extras nas pesquisas. O Ibobe, na quinta-feira (1º), atribuiu 48% a Lula e 19% a ao tucano, na hipótese mais provável, sem candidato do PMDB. No dia seguinte, o Vox Populli indicou 49% para Lula e 23% para Alckmin. Os dois institutos apontaram em todos os cenários uma tendência para a vitória da reeleição já no primeiro turno.

O PSDB tem direito a 60 minutos em rede nacional de rádio e TV, supostamente destinados a propaganda do programa partidário, antes de começar a campanha eleitoral. Este total inclui um programa de 20 minutos, a ser exibido no horário nobre da noite do dia 22. Os outros 40 minutos são para inserções, de 30 ou 60 segundos cada, agrupadas em oito dias. Destes, o PSDB já veiculou três dias, em abril. As inserções restantes serão exibidas nos dias 8, 13, 20, 27 e 29 de junho. Para sorte dos tucanos, em 13 e 22 de julho o Brasil enfrenta a Croácia e o Japão na Copa da Alemanha – o que tende a elevar a audiência.

FHC, a unanimidade: contra

O PSDB não pretende seguir o irônico “conselho” de Lula e veicular na TV cenas das CPIs onde petistas são acusados de corrupção. Depois de provocar uma prolongada crise política, o Escândalo do “Mensalão” parece ter saturado a paciência da opinião pública.

Tampouco haverá ataques diretos a Lula. O ciclo de propaganda veiculado pelo PFL em abril, com linguagem agressiva (o presidente era apresentado como a única peça de um jogo de dominó, que balançava mas não caía) deu resultado negativo segundo os publicitários. Há o temor de que os brasileiros pobres – que são o reduto principal da reeleição – encarem uma opção dessas como ódio de classe das elites ao presidente-trabalhador.

Por fim, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso certamente não vai aparecer nos programas. Todas as pesquisas quantitativas e qualitativas, dos dois lados da barricada eleitoral, regustram uma arraigada rejeição de FHC. Este só aparece em eventos criteriosamente escolhidos, com platéias das camadas médio-superiores para cima.

Com agências