Periferia de Paris vive 3ª madrugada de rebeldia juvenil

Pela terceira noite consecutiva, a periferia pobre de Paris foi palco de manifestações violentas de jovens de famílias imigradas. A polícia de choque esteve nas ruas, mas alguns carros e vários caixotes do lixo foram incendiados.

Os policiais ocuparam o topo de edifícios. Mesmo assim, os bombeiros foram chamados a apagar 15 incêndios em carros estacionados na rua ou em conteineres de lixo. Em um dos

 

Na segunda e terça-feira, grupos de jovens enfrentaram a polícia em Montfermeil, a 15 quilómetros de Paris. Os jovens incendiaram carros e atiraram pedras nos policiais.

 

Os incidentes trouxeram à memória a onda de protestos que assaltou a França no ano passado, depois da morte, em circunstâncias mal explicadas, e dois adolescentes perseguidos por policiais. Os protestos mostraram à França e ao mundo a discriminação sofrida pelos jovens imigrantes de terceira geração, amontoados nos guetos pobres dos “banlieu”, os subúrbios da região metropolitana parisiense.

Sarkozy quer linha-dura

O ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, reagiu ao ressurgimento dos protestos com um discurso policial. Disse que houve "premeditação" nos "ataques contra a polícia" cometidos por “gangues” de “delinquentes”.

 

Em sintonia com Sarkozy, o sindicato de comissários e altos funcionários da polícia denunciou "a existência de um núcleo sólido de delinquência encorajado por uma resposta penal desesperadamente débil apesar das indicações de firmeza repetidas pelo ministro da Justiça".

 

Sarkozy é o virtual candidato da direita francesa nas eleições presidenciais de 2007, depois que seu rival, o primeiro ministro Dominique de Villepin, teve seu nome fragilizado por envolvimento no Escândalo Clearstream 2. O discurso truculento sobre segurança ajuda a reforçar seu nome nas áreas mais conservadora da sociedade francesa, e a pescar votos da extrema-direita.

 

Com agências