Tucanos e pefelistas admitem que aliança tem problemas graves

Tucanos e pefelistas chegaram para a primeira reunião do conselho político da campanha de Geraldo Alckmin admitindo que têm problemas graves para solucionar nos estados. Foi justamente para tentar acertar as arestas na alianças e

Tucanos e pefelistas chegaram para a primeira reunião do conselho político da campanha de Geraldo Alckmin admitindo que têm problemas graves para solucionar nos estados. Foi justamente para tentar acertar as arestas na alianças e traçar os rumos da campanha à Presidência da República que o conselho foi criado. O presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), admitiu que são muitos os problemas e que é difícil resolver todos eles com base apenas no interesse da aliança nacional.

"São 27 situações diferentes e é difícil resolver isso balizando somente no interesse da aliança nacional, mas isso é apenas no início, depois cada um vai cuidar de sua campanha. Agora, uma insatisfação aqui, uma rusguinha ali sempre vai acontecer", disse Tasso.

O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse que é preciso dar um fim às diferenças para permitir o crescimento da candidatura da oposição.

"É hora de acabar com as divergências. A prioridade é ganhar a eleição. É hora da grande arrancada!", afirmou Bornhausen.

O líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), no entanto, deu mostras do tamanho das dificuldades regionais. Sem citar o caso do Rio, disse que não adianta aliança nacional boa sem apoios nos estados. No Rio, o prefeito Cesar Maia quer que o PSDB retire a candidatura do tucano Eduardo Paes em favor de uma ampla aliança em torno da candidatura de Denise Frossard, do PPS.

"Publicamente as divegências acabam, mas internamente vão continuar. Não podemos perder apoios importantes nos estados e nossas alianças regionais devem levar em conta a construção dos melhores palanques. Não adianta aliança boa sem apoios importantes nos estados", disse Rodrigo Maia.

O candidato a vice, senador José Jorge (PFL-PE), limitou-se a dizer que estava disposto a ouvir: "Vou ficar rouco de tanto ouvir", brincou.

O conselho é formado pelos líderes do PSDB na Câmara, Jutahy Junior (BA), do PFL, Rodrigo Maia (RJ), e da Minoria, José Carlos Aleluia (PFL-BA); os líderes do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), do PFL, José Agripino (RN), e da Minoria, Álvaro Dias (PSDB-PR); os presidentes do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e do PFL, o senador Jorge Bornhausen (SC); os coordenadores da campanha pelo PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), e pelo PFL, o senador Heráclito Fortes (PI); além de Alckmin e o senador José Jorge (PFL-PE), vice da chapa.

Estratégia de guerra

O alto comando tucano definiu ontem, em reunião na casa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, detalhamentos da estratégia para orientar o programa nacional do PSDB e as inserções publicitárias do partido em junho. Ontem foram ao ar os programas regionais dos tucanos na TV, nos quais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi poupado. O partido aposta que a sucessão de programas de TV dará maior visibilidade a Alckmin, sobretudo no Nordeste.

Na reunião, Fernando Henrique, os pré-candidatos Geraldo Alckmin, José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), os senadores Tasso Jereissati (CE), presidente do partido, e Sérgio Guerra (PE), coordenador da campanha presidencial, definiram com Luiz Gonzalez, dono da produtora GW, a estratégia para a TV e para superar a apatia que havia tomado conta dos tucanos. Juntos, assistiram à cópia do programa paulista e aprovaram a linha pela qual não haverá acusação sem resposta.

Hoje, os principais líderes de PSDB e PFL, sob a batuta de Alckmin, fazem em Brasília a primeira reunião do conselho político da candidatura, para discutir as alianças estaduais, dar um exemplo de unidade da aliança e reforçar a idéia de que a campanha tem articulação e deixou para trás a fase "amadora", como eles próprios tinham definido na semana passada.

Na reunião da cúpula do PSDB em que o contra-ataque foi articulado e o discurso "afiado", os tucanos estabeleceram que até sexta-feira, segundo informou Guerra, o PSDB definirá o local que o comitê central da campanha de Alckmin deverá ocupar. Os estudos prévios indicaram dois endereços em Brasília. A inauguração será em 12 de junho, um dia depois da convenção nacional da sigla que vai homologar, em Belo Horizonte, a candidatura de Alckmin ao Palácio do Planalto.

Segundo a estratégia comum definida por PSDB e PFL, caberá aos pefelistas a tarefa de fazer as mais duras críticas ao presidente Lula, o principal adversário de Alckmin na sucessão de outubro. Os dois partidos terão uma seqüência de programas e inserções de rádio e TV, enquanto Lula não terá mais nenhuma exibição gratuita.

O próximo round será visto no dia 15 de junho, quando o PFL exibirá seu programa de propaganda gratuita. No dia 22, será a vez de o PSDB apresentar seu programa, que poderá abrir espaço para Alckmin, então já candidato formal.
 
Da redação,
com informações das agências