Mais arquivos da ditadura liberados, sem alarde

Sem alarde, chegou ao Arquivo Nacional, nesta segunda-feira, mais uma parcela dos documentos secretos produzidos pela ditadura militar entre 1964 e 1975. O repasse do Itamaraty e do Ministério da Justiça, com dados da Polícia Federal de milh

Os arquivos do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI), entregues ao Arquivo Nacional em dezembro do ano passado, no entanto, ainda não foram liberados para o público. São 13 arquivos de aço lotados de informações colhidas por agentes do SNI que se encontravam sob a guarda da Agência Brasileira de Informações (Abin).

"Ainda não tivemos tempo de ler praticamente nada. Por ora, o trabalho se resume à gestão cronológica dos documentos", disse um funcionário do Arquivo, que preferiu não se identificar.

Unesco pode digitalizar

A chegada do novo lote, porém, não ganhou o mesmo destaque dado pelo governo quando abriu os arquivos do SNI. Setores políticos do governo temem que haja um congestionamento de pedidos de informação no Arquivo Nacional, que não conta com pessoal suficiente para atender à demanda.

Está em análise uma parceria com a Unesco, que se dispôs a financiar a digitalização destas informações. Trabalham cerca de 30 funcionários na Coordenação do Arquivo Nacional para atender a uma média de 120 requisições, por mês, de pessoas preocupadas em saber o que há a seu respeito ou sobre seus familiares nos arquivos da ditadura.

Todos os dados fornecidos até agora, armazenados em cerca de 220 mil microfilmes, contêm mais de 1 milhão de folhas de papel, sem contar os anexos (fotos e livros, por exemplo). Em meio digital, o papelório poderá ser consultado com o auxílio da informática.

Fonte: Correio do Brasil