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Renato Rabelo propõe “ousadia” no segundo mandato de Lula

Para o segundo mandato do presidente Lula, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, propõe mais ousadia em busca da proposta de universalização dos direitos sociais, defendida pelos comunistas, "o que não se realiza em tr&eci

 

Para o segundo mandato do presidente Lula, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, propõe mais ousadia em busca da proposta de universalização dos direitos sociais, defendida pelos comunistas, "o que não se realiza em três, quatro anos", destacou. Renato fez a palestra de abertura do Curso Nacional de Comunciação do PCdoB, na noite desta sexta-feira (26), em São Paulo, quando apresentou o tema "O que está em jogo nas eleições de 2006".

"Nossa orientação, disse Renato, é primar pela nitidez na proposta de construir projeto e aglutinar forças". Na prática, essa orientação se traduz na formação de frente de partidos de centro-esquerda, criação de núcleo de campanha com as lideranças partidárias e a construção de um programa da frente". Ele destacou que o programa é diferente do programa dos partidos, "mas deve correspodner aos seus objetivos e interesses, demonstrando uma nova sinalização – para um desenvolvimento mais forte, que não é contraditório com a estabilidade econômica", ressaltou.

A luta pela reeleição de Lula deve considerar as vitórias do primeiro governo. Para o presidente do PCdoB, "a gente não pode fazer campanha, usando palavras como "mas, porém etc".

Renato Rabelo alertou para a necessidade de avaliar o governo real do presidente Lula considerando os fatores da "herança maldita",  relembrando as restrições internas e externas e o sucateamento da infraestrutra do País que faziam parte da realidade herdada por Lula.

Nesse momento, Renato fez questão de lembrar que os oitos anos do governo FHC vendeu as estatais, arrecadando 100 bilhões de dólares e deixou o governo com um déficit de 80 milhões de dólares, "sem construir nada", destacou.

"Quando Lula chegou, o País estava à beira da insolvência", diz Renato, para enfatizar ainda mais as realizações do governo Lula. "Apesar das contradições, das dificuldades, da política macroeconômica, obtivemos muito êxito". E destacou o aspecto democrático do governo Lula, que "respeita e dialoga com os movimentos sociais, elaborar políticas públicas reunindo 20 mil pessoas em vários setores e, apesar das críticas da mídia e de setores da própria esquerda, atende a população mais carente na área de segurança alimentar".

Três pontos de vista

Ele destacou três pontos que considera importante seram avaliados nesse "momento decisisivo na história política brasileira  – uma encruzilhada histórica – entre o esforço de continuar o governo Lula ou a volta das forças tradicionais". 

Para ele, as eleições, que representam a principal batalha política, mostram como candidato da oposição o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin – "em quem cabe bem a vestimenta do neoliberalismo, porque não tem posição expressa, fica mais fácil de moldar esse projeto".

Outro fator a ser analisado é a maior influência do PCdoB no momento atual, em que joga papel maior, com objetivos ampliados na busca pela conquista de cargos majoritários. Ele diz que esse papel, que começou nas eleições municipais passadas, faz com que o partido concorra com os aliados mais próximos, que reagem a essa expansão dos comunistas, que consideravam o Partido "condenado a ser partido pequeno eleitoralmente, só concorrendo nas eleições proporcionais".

Para o líder comunista, outro fator é a liderança de Lula, "que reúne as melhores condições nas lutas de mudança". Mas, segundo ele, o êxito do governo não pode ser atribuído unicamente ao carisma de Lula. O governo Lula garantiu estabilidade econômica com distribuição de renda.

Nova ordem mundial

Renato Rabelo aponta como outro ponto positivo do governo Lula, que deve ser utilizado na propaganda eleitoral, é a nova política externa brasileira, que difere substancialmente do que era praticado pelos tucanos. O objetivo estratégico é construir uma alternativa à conformação de forças no mundo atual, que term a marca da unipolaridade da superpotência norte-americana."Esse quadro representa campo de manobra menor e ameças maiores", destaca.

O líder comunista elogia a posição do governo brasileiro, que, segundo ele, tem potencial para desenvolver trabalho de integração sul-americana, vista como a úncia alternativa no mundo globalizado. Renato aproveita para lembrar que essa posição do governo Lula se choca com a idéia defendedia pelos tucanos de associação aos Estados Unidos, de insersão internacional submissa à superpotência.

Para o presiden te do PCdoB, "não há outro caminho para o desenvolvimento nesse mundo globalizado", destacando a união da Europa, dos países próximos à China, que desponta como liderança mundial, e que deve ocorrer entre os países da América do Sul para fazer frente ao hegemonismo e unilateralismo dos Estados Unidos.

Comunicação partidária

O secretário de Comunicação do Partido, Miro Borges, abriu o curso destacando a necessidade de um espaço para abordagem exclusiva das eleições deste ano. O curso, que reúne em São Paulo, neste final de semana, secretários e comissões de comunicação dos estados, além dos asssessores  de imprensa dos parlamentares, vai orientar a comunicação partidária neste processo.

Serão avaliados, dentro da metodologia de aulas, as qualidades e defeitos dos materiais impressos e dos programas de TV e rádio, o uso da internet e as formas alternativas de comunicação. Também será incluída na discussão a apresentação das novas regras eleitorais.

Miro Borges destacou a opção do Partido em "usar a prata de casa para consturir nosso pensamento sobre as eleições", acrescentando que "haverá uma troca de experiência  na discussão desses instrumentos de comunicação".

De São Paulo
Márcia Xavier