Indústria paulista pressiona Lula por mudanças

Industriais paulistas apresentam, no Congresso da Indústria, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), uma lista de mudanças que, consideram, pode fazer o Brasil voltar a crescer. Na sexta-feira, quando o congresso for encerr

As propostas que serão apresentadas à Fiesp, segundo o jornal Folha de S. Paulo, tratam de reformas micro e macroeconômicas, modernização de gestão industrial, redução de custo do crédito e aumento do investimento industrial. Os industriais também sugerem a utilização de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para financiamento de micro, pequenas e médias empresas e maior participação dos bancos públicos no repasse de empréstimos do BNDES.
No final do congresso, a indústria paulista divulgará documentos que juntos poderiam muito bem ser considerados um programa de governo. Não à toa eles serão enviados para todos os candidatos a presidente e governadores do país. O Brasil, teoricamente, tem uma política industrial, a PITCE (Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior). Lançada com pompa e circunstância há dois anos, elogiada por economistas simpáticos à adoção de políticas de incentivos e pelos industriais, ela hoje agrada a poucos setores.
Ortodoxos
O descontentamento ocorre menos pelo seu conteúdo do que pela falta de implementação de medidas. "A PITCE é uma diretriz para a política industrial. Não temos monitoramento, não tem acompanhamento, cobrança", diz José Ricardo Roriz Coelho, diretor do departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp. A proposta da Fiesp é ampla. Nela está a parte da política industrial que agrada aos economistas liberais, as chamadas políticas horizontais, que beneficiam toda a economia, sem definir setores ou áreas.

Estão lá as mudanças do ambiente de negócios, que os economistas ortodoxos do Ministério da Fazenda chamariam de reformas microeconômicas. Menciona-se a necessidade de modernizar a gestão industrial e reduzir o custo do crédito, um dos maiores do mundo. Mas grande parte da política industrial que deve sair do congresso está mesmo alinhada à linha dos "desenvolvimentistas". A Fiesp lembra da necessidade de aumentar o investimento industrial que, se chegasse a 1% do PIB, garantiria crescimento do setor de 7% ao ano, criando 30 mil empregos.

Com agências