Sem surpresa, Vadão Gomes (PP-SP) tem mandato preservado

O Plenário da Câmara dos Deputados acatou nesta quarta-feira, por 243 votos a 161, o parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que recomendava a absolvição do deputado Vadão Gomes (PP-SP) das acusações

O Plenário da Câmara dos Deputados acatou nesta quarta-feira, por 243 votos a 161, o parecer do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que recomendava a absolvição do deputado Vadão Gomes (PP-SP) das acusações de ter recebido R$ 3,7 milhões do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como o operador do suposto esquema conhecido como "mensalão". Houve 4 votos em branco, 1 nulo e 16 abstenções. Votaram 425 dos 513 deputados.

Falta de provas

Ao defender seu parecer, o relator, deputado Eduardo Valverde (PT-RO), reafirmou que as provas produzidas pelo conselho, pela Polícia Federal e pelas comissões parlamentares mistas de inquérito (CPMI) da Compra de Votos e dos Correios demonstraram não ter ocorrido qualquer quebra de decoro parlamentar, pois o ônus da prova cabe à acusação.

"Assumo a responsabilidade de remar contra a maré, ou seja, contra o consenso formado pela mídia, que vai dizer que foi absolvido mais um mensaleiro", afirmou Valverde.

Segundo ele, seria fácil aprovar um relatório e "crucificar" mais um deputado ao pedir sua cassação. "Mas a minha responsabilidade foi relatar os fatos, e eles não levam a uma cassação de mandato. Não podemos nos acovardar em nossa ação política por causa da mídia", disse.

Contradição

Para recomendar a absolvição, o relator baseou-se em contradições registradas nos depoimentos de Marcos Valério. De acordo com Eduardo Valverde, inicialmente o empresário afirmou que depositara dinheiro na conta de uma das empresas de Vadão. Mas, depois de comprovado que não ocorreu qualquer depósito no valor citado por Marcos Valério, ele mudou a versão e disse que teria entregue a quantia pessoalmente ao deputado em um hotel em São Paulo.

Valverde lembrou um detalhe envolvendo a segunda versão de Marcos Valério de que teria entregue o dinheiro pessoalmente a Vadão Gomes: o dinheiro pesaria 88 quilos e deveria ser acondicionado em várias maletas tipo 007 que não caberiam todas em um porta-malas de carro.

Defesa

Em pronunciamento de apenas 5 minutos em sua defesa, o deputado Vadão Gomes (PP-SP) recordou sua origem humilde, agradeceu aos familiares que sempre estiveram a seu lado e considerou as acusações injustas.

"Sempre acreditei no senso do justiça dos que me julgariam e tenho a certeza de que contarei neste plenário com a mesma isenção e senso de justiça. As conclusões do conselho falam por si só", afirmou.

Fonte: Agência Câmara