Conferência aborda condições e direitos dos idosos

Garantir a proteção dos idosos em todos o níveis — físico, psicológico e social — é o principal objetivo da rede de proteção e defesa dos direitos da pessoa idosa, que deverá ser implantada pelo governo

De acordo com o presidente do Conselho Nacional do Idoso, Perly Cipriano, subsecretário de Promoção dos Direitos Humanos da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, a rede faz parte de um conjunto de ações que, junto com o Plano de Enfrentamento de Violência ao Idoso, aprovado no mês passado, pretende diminuir os índices de violência contra a população de terceira idade. "É a articulação de ações e mecanismos do poder público, da família e da sociedade voltada para atenção e cuidado ao idoso", disse.

Apesar de já existir em alguns estados, a rede ainda está dispersa, segundo Cipriano. E os próprios idosos serão responsáveis por dar forma a essa organização: "É preciso que haja uma construção permanente, por isso eles serão uma espécie de cimento que vai unificar, inspirar e cobrir o aperfeiçoamento dessa rede de proteção".

Cipriano ressalta, no entanto, que a sociedade não pode esperar que a criação desse aparelho de proteção resolva todos os problemas dos idosos: "Na verdade, é uma mudança de cultura na sociedade, em que o poder público assume o papel de compreender o processo de envelhecimento do Brasil". E lembrou que os idosos precisam denunciar quando forem vítimas de violência. Segundo o subsecretário, "viver muitos anos não é um problema, é uma conquista da humanidade, que tem que ser entendida com respeito".

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o Brasil tem 17,6 milhões de idosos, população maior que a total do Chile, Uruguai, Paraguai ou Costa Rica. E segundo a Organização Mundial de Saúde, até 2025 o Brasil será o sexto colocado em número de idosos no mundo.

Nesta quinta-feira (25/05), as 500 lideranças que participam da Conferência se reunirão em grupos de trabalho para discutir os principais pontos tratados durante os encontros estaduais. Um documentos será formulado ao final da Conferência, para orientar uma agenda nacional de políticas públicas e para cobrar ações mais efetivas dos governos federal, estadual e municipal.