CPI das Armas pede quebra de sigilos de advogados do PCC

A CPI do Tráfico de Armas pediu nesta terça-feira (23/5) a quebra dos sigilos bancário e telefônico dos advogados Sérgio Wesley da Cunha e Maria Cristina de Souza Rachado. Segundo o presidente da CPI, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), o

Os advogados são suspeitos de representar o PCC (Primeiro Comando da Capital) e repassar gravações de sessão fechada da CPI ao líder da facção, Marcos Camacho, o Marcola. Neste momento acontece uma acareação entre os dois. Segundo Torgan, na quinta-feira eles também deverão ser acareados com Arthur Vinicius Pilastre, o ex-técnico de áudio da Câmara dos Deputados que gravou depoimentos de dois delegados, em sessão reservada da comissão no dia 10, e teria vendido a gravação aos advogados.

Sérgio Wesley da Cunha, acusado da compra da gravação em CD, afirmou em seu depoimento que "tinha o direito de acesso a todas as informações, inclusive as taquigráficas, por se tratarem de depoimentos dos responsáveis pela prisão de um cliente meu". E que seu "erro foi não ter pego uma autorização formal para obter a cópia". O presidente da CPI lembrou ao plenário que o advogado tinha pleno conhecimento de que não poderia ter acesso a qualquer a cópia ou informações sobre os depoimentos, além daquelas previstas pela comissão. "Na hora da reunião ele não queria se retirar. A Secretaria da Comissão falou que ele não poderia ficar porque não era advogado de nenhum dos depoentes", explicou Moroni Torgan.

O advogado disse também não ter pago qualquer quantia ao ex-técnico pelas gravações. "Eu não sabia que era ilegal. Não paguei, não corrompi e não passei para ninguém. A cópia está aqui comigo". Cunha não confirmou a versão dada pela advogada Maria Cristina de Souza Rachado, segundo a qual ela teria pago, mas ficado sem a cópia do CD com a gravação. "Se ficou com ela eu não sei", disse, depois de ter afirmado que até o dia 10 de maio não conhecia a advogada.

Para o presidente da CPI, "sem dúvida eles (Sérgio e Maria Cristina) estão mentindo e a prova são as contradições". Entre elas, o fato de os dois terem procurado o mesmo advogado, Ademar Gomes, e apenas Cunha ter sido atendido por ele. No inicio do seu depoimento, Maria Cristina disse que ela própria se defenderia porque o advogado teria cobrado muito caro pelos serviços. Já Cunha informou que os serviços de Ademar Gomes são gratuitos.

O advogado Ademar Gomes, que estava presente na CPI, explicou que ao ser procurado por Sérgio Wesley Cunha e Maria Cristina Rachado disse que não poderia representá-los porque os dois estavam inadimplentes com a Acrimesp (Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo). No entanto, decidiu defender Cunha depois de ele ter "implorado".

Com informações da Agência Brasil