Sob bombardeio e mortes, Iraque aprova governo permanente

O parlamento iraquiano aprovou, neste sábado (20/05), o primeiro governo permanente desde a invasão americana no país e a deposição de Saddam Hussein. Mas nem mesmo a tentativa de se formar uma ampla coalização &md

A sessão também foi tensa. Parlamentares da Frente do Consenso Iraquiano (FCI, sunita) protestaram contra a composição do novo gabinete, proposta pelo primeiro-ministro, Nuri al Maliki — que é xiita. Após Al Maliki ler suas indicações de ministros, os sunitas abandonaram o parlamento e não viram o juramento do primeiro-ministro.

O governo terá 37 pastas, e quatro delas serão ocupadas por mulheres. Não houve acordo, porém, sobre ministérios estratégicos. A FCI não concordou com as indicações para as pastas do Interior e da Defesa, apesar das 11 horas de discussões. "Em um primeiro momento, assumirei a responsabilidade pelo Ministério do Interior, o vice Salam Al Zobaie será o ministro da Defesa interino, e o vice Barham Saleh será o ministro da Segurança Nacional interino", anunciou Al Maliki, deixando clara a derrota.

O curdo Hoshyar Zebari segue à frente do Ministério das Relações Exteriores, enquanto o ministro do Interior, Bayan Jaber, passa para Finanças. A pasta do Petróleo, também estratégica, caberá ao xiita independente Hussein al-Chahristani.

Bombardeio –
O rumo que os Estados Unidos impuseram ao Iraque continua a revoltar grande parte da população. Na manhã deste sábado, uma bomba matou pelo menos 19 pessoas em Al Sadr, bairro pobre a leste de Bagdá. A região faz parte da Zona Verde, que está sob domínio do Exército americano.

O ataque atingiu um grupo de trabalhadores xiitas que procuravam emprego. Segundo a polícia, 58 pessoas ficaram feridas.