Governo Fox critica construção de muro mas mantém apoio

Apesar do caráter fascista da reforma migratória que avançar hoje nos Estados Unidos, o governo De um lado, o governo de Vicente Fox – tradicional aliado de Bush no continente – rejeitou a decisão do Senado. Os muros "s&atil

O Senado continuou a discutir hoje as propostas e projetos da reforma das leis migratórias. E o presidente George W. Bush prosseguiu com a promoção do seu plano de militarização na fronteira. Ontem o Senado aprovou a construção de um muro na fronteira. Três dias antes, Bush anunciou o envio de seis mil soldados da Guarda Nacional à fronteira.


O porta-voz disse que o governo Fox "reitera sua convicção de que muros não resolvem o problema migratório, nem oferecem uma resposta eficaz para garantir a segurança na região fronteiriça". O porta-voz ressaltou que a decisão adotada na quarta-feira pelos senadores americanos "vai contra a tendência das relações internacionais, que busca construir pontes, e não muros, e aproximar os povos derrubando barreiras físicas, comerciais e culturais".

Contramão


Entretanto Aguilar deixou claro que o governo não julga que as decisões do Senado signifiquem um "fracasso" da política externa de Fox, como avalia a oposição mexicana. Que tem entre seus principais líderes, o ex-prefeito da capital e candidato à presidência Andrés Manuel López Obrador, do PRD.


Segundo o porta-voz presidencial, o governo acredita que os legisladores norte-americanos ainda podem aprovar "no final deste mês" uma reforma migratória "ampla e integral". Fox espera que seja aprovada no Congresso em Washington uma "regularização" dos mais de 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos EUA, na maioria vindos do México, que permita "ordenar" os "futuros fluxos migratórios" e melhorar a segurança na fronteira. Mas isso está relacionado diretamente à força do setor mais reacionário dos EUA, radicado na direita republicana, que é a maioria nas duas casas.


Questionado pela imprensa internacional, o porta-voz disse que seu governo não pretende falar com outros presidentes latino-americanos sobre a decisão dos senadores norte-americanos sobre a construção do muro. No entanto, a Chancelaria mexicana confirmou a realização de uma reunião entre ministros Exteriores da América Latina, para analisar a decisão dos EUA de colocar a Guarda Nacional na fronteira do país.

Durante uma visita ao estado limítrofe de Yuma, no Arizona, ontem Bush pediu que o governo mexicano colabore no controle da fronteira comum, que ultrapassa a cada ano centenas de milhares de imigrantes sem documentos. O governo parece ter entendido o recado.

Da Redação