Árabes-israelenses relembram Dia da Catástrofe

Excursões foram organizadas hoje para aldeias e cidades que pertenciam à maioria árabe antes do Dia da Catástrofe para a comunidade árabe que vivia na Palestina britânica, em 14 de maio de 1948.

Uma fundação árabe-israelense organizou para hoje uma série de excursões a aldeias e cidades que foram de maioria árabe antes da guerra de 1948, em uma iniciativa para relembrar a "Nakba" ou o Dia da Catástrofe dos palestinos.

"Queremos contar aos participantes o que havia antes de 1948, e dizer que esta terra não estava desocupada (antes da ocupação dos judeus), como ensinam os colégios", diz Rauda Atala, presidente da Fundação para a Cultura Árabe, em entrevista ao diário israelense Yediot Aharonot.

As visitas incluem os centros urbanos de Yafo, Aco, Lod, Tiberíades, Ramle e Haifa, entre outros, todos eles de maioria palestina que tiveram seus habitantes expulsos de sua terra em seguida à criação de Israel, há exatos 58 anos.

Para eles, o 14 de maio não é um dia de festa, mas de catástrofe nacional, já que lembram o início de um exílio e de uma agressão impiedosa que não acabou.

Israel declarou sua criação em 1948, em seguida a uma resolução da ONU aprovada meses que ordenava a criação de um Estado judeu e outro árabe na Palestina britânica. A resolução ordenando a criação do Estado palestino jamais foi cumprida e Israel, em uma guerra de ocupação que se sucedeu ao evento, expulsou e matou milhares de palestinos.

Ainda assim, cerca de 180 mil palestinos passaram a viver dentro das fronteiras do Estado israelense, dando lugar a um diferenças entre eles e os que hoje residem na Cisjordânia, em Gaza e no exílio.

Atala diz ao jornal que sua intenção com estas viagens é encorajar à população árabe de Israel a desenvolver uma sensação de identidade nacional, buscando esse passado comum com os palestinos.

"Queremos que entendam que temos uma história, uma identidade e uma língua", destaca a executiva.

O dia da Nakba é lembrado também em Israel com uma exposição na cidade de Nazaré, na Galiléia, sobre a expulsão e na qual se projeta um documentário de todo o processo.

Os refugiados palestinos dispersos por todo o mundo são hoje cerca de quatro milhões, segundo números da agência da ONU de Ajuda aos Refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês).

Com agências internacionais