Governo libera R$ 1 bilhão para auxiliar produtores de soja

O governo anunciou nesta sexta-feira a liberação de R$ 1 bilhão para garantir preços mínimos para a soja. A medida, no entanto, só terá impacto fiscal nas contas do governo no próximo ano.

Com a garantia de preço mínimo, o governo espera esvaziar protestos de agricultores que têm se espalhado pelo país nos últimos dias. Os produtores reclamam dos prejuízos com o câmbio e com o clima e cobram ajuda do governo federal. De acordo com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, os recursos estarão disponíveis a partir da próxima segunda-feira, quando a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) lançará edital do primeiro leilão de Prêmio de Risco de Opção Privada.
Esse mecanismo, segundo explicou o ministro, servirá como uma espécie de subvenção diferenciada por Estado a fim de que o produtor tenha uma renda mínima garantida. "O governo tem a plena consciência da grande crise que afeta o setor rural", disse Rodrigues ao lembrar que, além das medidas emergenciais adotadas recentemente e complementadas hoje, o governo prepara para lançar até o fim do mês um plano de safra.

 Leilões
Segundo o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, as medidas estruturais que o governo está analisando e o plano de safra previsto para o fim deste mês deverão mudar a forma "de fazer política agrícola no país". Isso porque, de acordo com Rodrigues, as medidas que complementarão as ações emergenciais do governo irão criar condições para que o produtor rural consiga minimizar os efeitos dos "ciclos negativos" da agricultura.

O primeiro leilão da Conab está previsto para dia 23, com contratos para 2 milhões de toneladas de soja. A partir desta data, os leilões acontecerão todas as semanas. A meta do governo é de que os recursos disponíveis consigam apoiar a comercialização de 15 a 20 milhões de toneladas de soja. Os valores de compensação do governo ao preço do produto vão variar de uma região para outra, devendo ser maior principalmente nas regiões Centro-Oeste e Norte, onde os custos de frete são mais elevados.
Com agências