EUA têm 42,7 milhões de habitantes latinos

Os latinos nos Estados Unidos atingiram um recorde de 42,7 milhões de pessoas (14% do total) e formam a população mais jovem e de maior crescimento do país, por sua alta natalidade e contínua chegada de imigrantes, segundo dados publi

A população latina, primeira minoria do país desde 2003, cresceu 1,3 milhão de pessoas (3,3%) entre 1º de julho de 2004 e 1º de julho de 2005, segundo as novas estimativas divulgadas nesta quarta-feira, dias depois das manifestações de imigrantes em todo o país, principalmente de latinos, para lutar contra a discriminatória reforma da lei de imigração americana e pela legalização de cerca de 12 milhões de estrangeiros sem documentos.

Esta cifra representa 49% do total de crescimento da população (2,8 milhões de pessoas) na mesma data, e se deveu a um aumento natural de 500 mil imigrantes latinos.

Segundo o Departamento de Recenseamento, o latino médio nos Estados Unidos tem 27,2 anos e é bem mais jovem que a média nacional, de 36,2 anos. Um terço da população latina tem menos de 18 anos, contra um quarto da população total.

A população total dos Estados Unidos em 2005 atingiu os 296,4 milhões de pessoas, segundo o relatório. Entre as minorias raciais dos Estados Unidos no ano passado, 14% eram latinos; 13% negros; 4% asiáticos; e 2% pertencentes a duas ou mais raças. Sessenta e sete por cento dos americanos eram brancos não-latinos na mesma época.

Para Enrique Figueroa, especialista na questão da Universidade de Wisconsin em Milwaukee, as cifras evidenciam o crescente impacto dos latinos na política, cultura e economia americanas.

Dos 20,3 milhões de crianças menores de cinco anos nos Estados Unidos em 2005, 45% pertenciam a minorias: 4,5 milhões de crianças eram latinas; 3,04 milhões negras; 0,86 milhão asiática e 11,25 milhões brancos não-latinos, segundo o relatório.

"Há muitos mais bebês (latinos) que estão nascendo nos Estados Unidos, há latinos que estão morrendo, sendo assim, no futuro, crescerá a população total latina que não provém da imigração", observou Figueroa.

O Senado americano deve retomar nos próximos dias a discriminatória reforma imigratória que, se aprovada, aumentaria os controles de países, colocaria parte dos 12 milhões de imigrantes sem documentos como cidadãos de segunda categoria e concederia vistos temporários de trabalho a estrangeiros para ocupar empregos pouco qualificados.