Saturnino dá razão a Evo e prevê “bom acordo”

O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Saturnino Braga, disse nesta sexta-feira (5) que acredita em um "bom acordo" nos próximos meses entre Brasil e Bolívia, com prejuízos menores para a Petrobras. Para

"Acredito que vamos chegar a um bom termo em um acordo que não signifique prejuízo maior para a Petrobras, mas redução do lucro que estava tendo com o gás. Se não houver o acordo, vai haver a decisão na Corte de Nova York", afirmou o parlamentar, em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional.

"O decreto prevê a compensação pelos investimentos feitos e abre prazo de seis meses para negociar as condições desta reposição. A Petrobrás pode ter um prejuízo sim, mas é da regra do capitalismo o risco de prejuízo."

Na opinião de Saturnino Braga, a eleição de Evo Morales para a presidência da Bolívia foi um verdadeiro plebiscito a respeito da nacionalização do gás no país, com resultado favorável. Segundo ele, a população compreendeu que a Bolívia, historicamente, havia sido espoliada. Primeiro, na prata, depois no estanho, na cassiterita e agora na última riqueza, o gás.

"Se Evo Morales não tomasse essa medida de nacionalizar, estaria de tal maneira desmoralizado, que seria deposto. É preciso aprender a respeitar a soberania das outras nações, embora, às vezes, atinja o nosso interesse", avalia o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

Braga lembra ainda que a integração da comunidade sul-americana é um dos projetos prioritários e essenciais para o governo brasileiro. Para ele, os interesses neoliberais tentam transformar o caso boliviano em uma crise com o Brasil.

"Resistir ao neoliberalismo sozinho é difícil, mas dentro de uma comunidade continental fica mais fácil. A comunidade sul-americana é o projeto de política externa principal do Brasil, que interesses muito fortes querem ver explodir", disse Saturnino Braga.

Com informações
da Agência Brasil