Franklin Martins deixa a Rede Globo

A TV Globo decidiu não renovar o contrato de um de seus mais conceituados comentaristas políticos, o jornalista Franklin Martins. O contrato termina no final de maio. Ao portal Comunique-se, o jornalista diz que só leva "coisas boas

O comentarista político Franklin Martins, 57, vai deixar a Rede Globo. Seu contrato não será renovado. Segundo ele, a direção da emissora não relacionou sua saída a um suposto caso de uso de influência do jornalista no governo Lula. Em conversa com o próprio Martins e em nota à imprensa, a Globo afirma que "a emissora não fará outros comentários, mas acrescenta que a não-renovação não tem qualquer relação com colunas de Diogo Mainardi".

No mês passado, um artigo da revista "Veja" citou que Martins teria usado seu prestígio para garantir a nomeação de parentes (irmão e mulher) em cargos públicos.

Em seu site, o jornalista negou ter interferido nas indicações e desafiou Diogo Mainardi, através de um texto intitulado "Desafio a um difamador",  a provar as alevosias que havia levantado. Mainardi, obviamente, não aceitou e o desafo e respondeu com novas acusações infundadas.

Trajetória de luta
 
Natural de Vitória (ES), Martins começou na grande imprensa em 1985 no jornal "O Globo". Ele também trabalhou no "Jornal do Brasil", onde foi correspondente em Londres, no SBT e no "Estado de São Paulo".

O jornalista retornou ao "Globo" em 1994, onde foi repórter especial, colunista político, editor de política e diretor da sucursal de Brasília. Saiu do jornal no fim de 1997.

Arquivo pessoal
 
Martins escreveu colunas para o "Jornal de Brasília" e revista "Época". Nos últimos anos, atuava como comentarista político da TV Globo, da Globo News e da rádio CBN.

Nos anos 60, foi líder estudantil e militante. Em seu site, Martins exibe foto tirada pela polícia em 1968, quando foi preso junto com outros manifestantes durante o Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), em Ibiúna (SP).

Em 1969, integrou o grupo que seqüestrou o embaixador americano Charles Elbrick para forçar o governo a libertar 15 presos políticos.

Recentemente, lançou, pela editora Contexto, o livro "Jornalismo Político", uma reflexão sobre o cotidiano da cobertura política.

Da redação