México: candidatos denunciam manipulação de pesquisas

As eleições mexicanas estão sendo envoltas por uma polêmica sobre os resultados das pesquisas sobre intenção de voto que têm sido divulgadas no país. Obrador e Madrazo denunciam que há manipulaç&atilde

As quatro últimas pesquisas para a eleição que acontecerá dia 2 de julho marcam um crescimento do candidato presidencial do governista Partido Ação Nacional (PAN), Felipe Calderón. Duas delas – dos jornais Reforma e Milênio – chegam inclusive a colocá-lo na dianteira da corrida. O primeiro lhe deu, na última segunda-feira, uma vantagem de dois pontos. O segundo, na última terça-feira, informou que o candidato subiu três pontos.

Os dois principais opositores do governo, Andrés Manuel López Obrador e Roberto Madrazo, denunciam que há manipulação dos resultados desses estudos, que objetivam favorecer Calderón.

O ex-prefeito da capital, Obrador, candidato pela coalizão Pelo Bem de Todos, da qual participam os partidos Revolução Democrática, do Trabalho e Convergência, afirma que as consultas estão sendo feitas ao gosto e compradas “na maioria”. Apontado em todas pesquisas anteriores como o favorito, ele afirmou que essas investigações de opinião vem sendo dirigidas a partir da residência presidencial de Los Pinos.

Obrador assegura que apesar da campanha midiática contrária a sua candidatura, além de mensagens propagandísticas do PAN apontadas como parte de uma guerra suja, ele vai vencer nas urnas em junho. Para Madrazo, da Aliança pelo México, integrada pelos partidos Revolucionário Institucional (PRI) e Verde Ecologista, os resultados das pesquisas que o mantém em um distante terceiro lugar tentam desqualificá-lo.

O PRI, surgido na Revolução Mexicana (1910-1917) e que governou o país nos últimos 70 anos do século passado, busca recuperar a presidência perdida em 2000 pelo atual governante Vicente Fox. Porta-vozes do governo, Rubén Aguilar e Ramón Muñoz, este último considerado muito próximo de Fox, desmentiram que o governo esteja controlando as pesquisas de opinião para favores seu candidato. Calderón, em seus últimos encontros com a imprensa, aplaudiu a mínima vantagem nas pesquisas dos jornais, e ainda afirmou que o PAN continuará no governo.

A menos de dois meses da votação, o presidente do IFE Luis Carlos Ugalde, decidiu se distanciar da polêmica, e assegurou que as pesquisas são responsabilidade das companhias privadas autoras. Os dois outros candidatos presidenciais, Patricia Mercado, da Alternativa Social-Democrata e Camponesa, e Roberto Campa, de Nueva Aliança, não se pronuciaram sobre as denúncias e se mantêm a margem sobre o tema. As pesquisas lhes dão possibilidades remotas de vitória.

Da Redação
Com agências.