Eleições municipais na Inglaterra avaliam repúdio a Tony Blair

A Inglaterra abriu nesta quinta-feira as urnas para 23 milhões de pessoas votarem nas eleições para 4.360 cadeiras em câmaras municipais, um bom termômetro para avaliar o repúdio do eleitorado ao governo trabalhista d

As eleições abrangem 32 distritos de Londres e as principais cidades inglesas, como Manchester, Leeds, Sheffield, Liverpool e Birmingham. No total, são 176 das 388 prefeituras inglesas.

Não haverá votação na Escócia, em Gales e nem na Irlanda do Norte. O restante das câmaras, parte das atuais e a prefeitura de toda a área metropolitana de Londres já foram eleitos em 2004, seguindo o sistema eleitoral rotativo vigente no Reino Unido.

A votação renova 176 prefeituras das 388 que existem na Inglaterra, onde os colégios eleitorais abriram às 6h (3h em Brasília) e permanecerão abertos até 21h (18h em Brasília). 

O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, votou acompanhado por sua esposa Cherie, uma hora depois da abertura dos colégios eleitorais em Londres,  em uma escola do bairro de Westminster, a poucos metros da residência oficial de Downing Street.

O líder conservador, David Cameron, votou em um colégio eleitoral do bairro de Kensington e Chelsea, acompanhado por sua esposa Samantha.

Diante do que pode ser um resultado desastroso, Blair pediu durante a campanha eleitoral que fossem consideradas as conquistas de nove anos de Governo e não o que aconteceu na última semana.

As pesquisas indicam um resultado desfavorável aos trabalhistas, que podem perder mais de 200 conselhos municipais.

Segundo os analistas, um fracasso nas urnas pode pressionar Blair a decidir finalmente entregar a liderança de seu partido ao ministro da Economia, Gordon Brown, considerado seu sucessor natural.

As eleições servirão também para conhecer o nível de apoio ao novo líder trabalhista, eleito no ano passado com a promessa de reformar a legenda para atrair o voto dos jovens.

De acordo com as pesquisas, o grande vencedor pode ser o Partido Liberal-Democrata, cujo líder, Menzies Campbell, disse que a votação de hoje será um plebiscito sobre a atuação de Tony Blair.

Os votos podem ir também para os candidatos de extrema-direita do Partido Nacional Britânico.

Segundo a imprensa britânica, diante da crise atravessada pelo Governo, Blair espera fazer uma remodelação em seu gabinete nos próximos dias, provavelmente na próxima segunda-feira.

Os conservadores e os liberal-democratas pediram a renúncia de Charles Clarke, pois o consideram responsável pelo caso dos 1.023 criminosos estrangeiros libertados entre 1999 e março de 2006 após cumprirem suas penas sem que a deportação tenha sido analisada.

Por outro lado, Prescott se tornou o centro de um escândalo depois que sua secretária, Tracey Temple, revelou que teve relações íntimas com ele e o acusou de abuso de poder por ter utilizado automóveis oficiais para seus encontros amorosos.

Além disso, a ministra da Saúde, Patricia Hewitt, tem sido criticada pela oposição devido à crise financeira do Serviço Nacional de Saúde.

Com agências internacionais