CSC declara apoio à política nacionalista de Evo Morales

A Corrente Sindical Classista (CSC) lançou nesta quarta-feira (03/05) nota de solidariedade ao governo de Evo Morales. O novo presidente boliviano, em gesto ousado e firme, acaba de nacionalizar a propriedade e o controle dos recursos locais

Todo apoio ao governo da Bolívia

É hora de manifestar o apoio e a solidariedade do movimento sindical e das forças progressistas à decisão soberana do governo Evo Morales de nacionalizar a propriedade e o controle sobre os recursos de hidrocarbonetos da Bolívia, adotada no dia 1o de Maio através do Decreto Soberano nº 28701. O ato corresponde a um desejo popular revelado pelo Referendo vinculante de 18 de junho de 2004, concretiza um compromisso do atual presidente com seus eleitores e restaura preceitos constitucionais (traduzidos nos artigos 136, 137 e 139 da Carta Magna boliviana), que em passado recente foram grosseiramente violados pelos neoliberais para favorecer os interesses das transnacionais e das potências imperialistas.

A nacionalização devolve ao povo que habita aquela nação vizinha a posse sobre recursos que podem viabilizar o resgate da dignidade e a eliminação ou redução substancial da pobreza que castiga cerca de dois terços das famílias bolivianas. Todavia, por contrariar os interesses de um pequeno mas poderoso grupo de multinacionais, a decisão soberana do governo Evo Morales vem suscitando reações histéricas por parte da mídia burguesa e da direita neoliberal aqui no Brasil, bem como em outros países.

Os tucanos do PSDB aproveitam a deixa, usando como pretexto os interesses da Petrobrás, para bombardear o governo Lula e a linha progressista de sua política externa. Promovem a intriga contra Evo Morales e a Bolívia. Exigem uma “resposta dura” do Itamaraty, sugerindo inclusive a ruptura das relações econômicas. Vilipendiam o Mercosul. Alegam falar em nome dos interesses nacionais, mas na realidade traduzem a ideologia do capital financeiro internacional e o que mais querem é desgastar o governo, visando obter vantagens nas eleições de outubro.

O presidente Lula mostrou prudência e sabedoria ao reconhecer o direito do governo Evo Morales à nacionalização, assim como o do povo boliviano à propriedade sobre os recursos naturais de seu país, evidenciando também que saberá defender com firmeza os interesses nacionais do Brasil por meio do diálogo com o vizinho, sem recorrer à demagogia e muito menos contrariar a política e o espírito de unidade e integração solidária das nações que compõem a América do Sul.

A Corrente Sindical Classista (CSC) conclama a classe trabalhadora brasileira a prestar total solidariedade à decisão soberana do governo Evo Morales, ao mesmo tempo em que manifesta apoio à política externa progressista do presidente Lula e repúdio às manipulações dos fatos e da verdade pela mídia burguesa e políticos neoliberais.

São Paulo, 3 de maio de 2006

Coordenação Executiva da Corrente Sindical Classista (CSC)