Chinaglia lembra papel de FHC no acordo com a Bolívia

O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou nesta terça-feira (2), da tribuna do plenário, que a oposição "fere e achincalha a inteligência" quando tenta transferir para o governo br

Para Chinaglia, quando se falam dos riscos da relação do Brasil com a Bolívia – ou da Petrobras com a Bolívia – seria “mais do que oportuno” que a oposição falasse que o primeiro acordo de cooperação que resultou no atual contrato foi assinado em 1992, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso era ministro do governo Itamar Franco. Depois, em 1996, quando FHC já era presidente, foi assinado “o contrato para valer”, lembrou Chinaglia.

"Foi o governo FHC que queimou gás
O líder do governo questionou o posicionamento da oposição com relação aos interesses do Brasil. Segundo ele, se teve alguém que não zelou pelos interesses brasileiros ao assinar um contrato que previa um consumo de 24 a 30 milhões de metros cúbicos/ dia foi o governo passado, de FHC, que literalmente queimou o dinheiro do poupador brasileiro. “Foi o governo passado, que pagava, importava e queimava o gás boliviano”, disse. À época, por força do contrato, o Brasil importava gás acima do que consumia, obrigando a Petrobras a queimar o excedente.

Arlindo Chinaglia salientou que o contrato assinado no governo passado não poderia ser rompido pelo governo Lula. Ele afirmou também que não existe risco de desabastecimento. Dos 40 milhões de metros cúbicos de gás que a Bolívia produz diariamente, 4 milhões são consumidos internamente, 30 milhões são vendidos ao Brasil e 6 milhões à Argentina. “Então, como é que alguém diz que isso vai provocar desabastecimento no Brasil ou qualquer outro problema? Seria imaginar que a Bolívia daria um tiro nos seus próprios interesses, porque ela não tem como, nos próximos três ou quatro anos, vender esse gás para mais ninguém, só pode vendê-lo para o Brasil.”, disse.

O líder do governo defendeu uma solução negociada e lembrou que o presidente Lula está no caminho certo ao fazer negociações com o presidente boliviano Evo Morales. “O presidente Lula tem a cabeça no lugar, como tem demonstrado ao longo de seu governo. Com serenidade, mas com muita determinação, o presidente da República tem defendido os interesses do país, em qualquer foro. Não será, neste episódio, diferente do que tem sido. Este governo tem a legitimidade e capacidade para resolver esse enfrentamento comercial — não de povos, tampouco de nações– entre Brasil e Bolívia”.

Fonte: www.informes.org.br